Os indícios de desvio de verbas na Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa da Prefeitura que gerencia o transporte coletivo e o trânsito da capital, motivaram ontem uma reunião entre o presidente da empresa, Paulo Schmidt, e os vereadores. Durante o encontro, Schmidt garantiu que a Urbs passa por um controle constante e rigoroso, tanto interno como externo. Porém, não explicou como o dinheiro de ações trabalhistas, não utilizado pela empresa e que deveria voltar aos cofres, não foi creditado, e suposto desvio passou despercebido pelo controle.
Criada em agosto de 1963, a Urbs é uma empresa de economia mista e tem a Prefeitura como acionista com 98% de participação. Os recursos que entram na empresa são geridos pelo Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), e devem ser investidos em obras relacionadas a urbanização da cidade e gerenciamento e controle do trânsito. Segundo Schmidt, os supostos desvios não são de recursos previstos no FUC. Ele comentou que sobre os indícios de irregularidade surgiram em abril e em seguida, a Procuradoria Geral do município abriu um sindicância para apurar o caso.
Na semana passada, o procurador-chefe do departamento jurídico da empresa, o advogado Sidney Martins, foi demitido do cargo e o diretor administrativo-financeiro do órgão, Ricardo Smijtink, pediu afastamento. O presidente da Urbs não soube precisar o montante de recursos que foram desviados, mas disse que a auditoria está investigando os últimos dez anos da empresa, onde constam cerca de 700 ações trabalhistas. Schmidt disse que a expectativa é que o resultado da auditoria seja divulgado em outubro.