O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli disse, ontem, em São Mateus do Sul, região sul do Paraná, que “as ivestigações de denúncias infundadas” da CPI da Petrobras podem prejudicar o plano de investimentos da empresa e, até, paralisar suas atividades.
“Temos um plano de investir US$ 174,4 bilhões em cinco anos. Espero que essa iniciativa do senador Alvaro Dias não atrapalhe esse cronograma de investimentos”, disse, na comemoração dos 55 anos da Unidade de Negócio e Industrialização de Xisto da Petrobras.
Gabrielli informou que passará dois dias por semana em Brasília durante o tempo que durar a CPI para “fazer todos os esclarecimentos necessários, para cada ítem questionado” e disse identificar nessa CPI “uma investigação para se descobrir o que investigar”.
Gabrielli afirmou que todos os ítens que constam no requerimento da CPI ou não têm fundamento ou já estão sob investigação de outros órgãos. “A questão das águas profundas está com a Polícia Federal, a dos preços, com o TCU e a do ajuste contábil, com a Receita”, disse.
Sobre os patrocínios a ONGs, ele argumentou que de 1.100 contratos “forma encontradas duas ou três irregularidades. Vamos apurar essas irregularidades, mas esse índice mínimo é sinal de eficiência do programa e não motivo para abrir CPI. Não vamos abrir mão da nossa responsabilidade social e ambiental”, terminou.
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa argumentou que a CPI pode prejudicar a economia brasileira. “Esse processo todo pode representar paralisação dos investimentos, o que pode parar contratos e gerar demissões. É um grande prejuízo ao Brasil e alguém terá de ser responsabilizado.”
Acompanhando os dirigentes da Petrobras na visita ao Paraná, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo também criticou a CPI que se inicia hoje. “A única estratégia da oposição é ter CPI. Pensaram que iam conseguir criar algo com a crise, tentaram usar os prefeitos por conta do problema do FPM, mas nós resolvemos. Acharam que íamos fazer burrada com a poupança e, agora, pegaram a Petrobras. Mais de três mil empresas fizeram esse mesmo ajuste fiscal que motivou a CPI”, reclamou.
Gabrielli também anunciou que a empresa investirá US$ 5,5 bilhões até 2013 no Paraná. “O investimento não é dos mais altos, comparado aos US$ 174,4 bilhões que investiremos em todo o país, mas é estratégico para a logística e o desenvolvimento tecnológico da empresa”, disse, explicando que os investimentos ampliarão a capacidade de produção e distribuição das unidades de São Mateus e Araucária e do terminal de Paranaguá.
Gabrielli disse que a unidade do Xisto, única do mundo, representa a ousadia da Petrobras. “Com tecnologia nossa, estamos extraindo combustivel de pedra. Um óleo mais limpo, fino e de fácil utilização”, destacou. A gerente geral da unidade, Elza Kallas revelou que, a unidade está se preparando para, nos próximos anos, produzir energia elétrica do xisto.