Presidente da Mitsui depõe na CPI e nega participação em “atividades ilícitas”

Após quase duas horas de espera, começou nesta quarta-feira, 5, o depoimento do presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya, à CPI da Petrobras. O executivo afirmou que a Mitsui não teve participação em “atividades ilícitas” envolvendo a estatal.

Com dificuldades para falar português, ele fez uma pequena introdução em português e depois leu seu discurso em japonês. Ele relatou que trabalha na empresa desde 1981, que o Brasil é um dos mercados mais importantes para a Mitsui e disse que está disposto a colaborar com as investigações da CPI. “A Mitsui sempre respeitou as regras dos países. Nunca houve qualquer ato de corrupção de seus funcionários”, declarou.

O executivo japonês foi chamado para o plenário da CPI e teve de esperar os parlamentares concluírem seus discursos para começar a depor. A oitiva tinha sido marcada inicialmente para antes do recesso parlamentar, mas o executivo alegou que estava há pouco tempo no Brasil e que precisava se inteirar dos negócios da empresa.

Tsuchiya deve responder sobre denúncias de pagamento de propina a intermediários do PMDB. O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, são acusados de receber US$ 40 milhões no âmbito de dois contratos assinados em 2006 e 2007 pelo estaleiro coreano Samsung Heavey Industries, em parceria com a japonesa Mitsui, para entrega de dois navios-sonda – equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas.

A Mitsui também foi mencionada no depoimento do doleiro Alberto Youssef, que apontou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como um dos destinatários da propina paga num contrato de aluguel de sondas celebrado pela Petrobras.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna