O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), afirmou ontem, em Curitiba, que a possível saída do presidente do Senado, José Sarney, também do PMDB, seria inútil para a resolver a crise pela qual passa atualmente aquela casa legislativa. Temer esteve na capital para participar de um encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP).

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“Sarney está fazendo o possível para sanar eventuais irregularidades no Senado. Ele tomou uma medida muito rápida em relação aos problemas da casa. Por isso, acho que se o presidente deixasse o Senado agora não adiantaria nada e seria inútil para o Brasil. Agora, num âmbito do partido, é evidente que todas essas polêmicas não são boas para o PMDB”, afirmou.

Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 74% das 4,1 mil pessoas ouvidas entre os dias 11 e 13 de agosto defenderam a saída de Sarney do cargo. “A opinião pública pesa nesses pontos”, admite Temer.

A mesma pesquisa apontou que 44% dos entrevistados avaliaram o Congresso Nacional como ruim ou péssimo. “Vejo isso com tristeza, pois o legislativo é muito importante para o país. Eu não me impressiono com o que dizem as estatísticas, pois sabemos que o legislativo é o poder mais sujeito às observações e críticas”, diz.

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Questionado sobre as discussões eleitorais para 2010, o peemedebista afirmou ainda ser cedo para tal assunto. “Trata-se de uma disputa interna, mas é inevitável. Então vamos tentar evitar o inevitável”, afirmou.

Perguntado sobre a indicação de seu nome para compor uma chapa com a ministra Dilma Rousseff (PT), preferida pelo presidente Lula, Temer disse que não aceitava nem desaceitava tal posição. “O vice é uma circunstância política”, desconversou.

Paraná

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Sobre a participação de seu partido na sucessão estadual do ano que vem, Temer afirmou que a situação no Paraná ainda está indefinida. “Eu espero que o PMDB tenha um candidato próprio, essa é sempre minha tese. Agora, trazendo para a realidade, temos um pré-candidato: Orlando Pessuti (PMDB). Ele já se apresenta com candidatura própria pelo PMDB. Agora, em âmbito nacional, caso o governador Roberto Requião, por exemplo, venha a ser candidato à presidência, não há duvidas de que, se as condições forem favoráveis, o governador contará com o apoio do PMDB”, completou.

Durante a vinda à capital, Temer participou, na FIEP do Congresso Paranaense da Indústria 2009 onde afirmou para o setor que projetos como a reforma tributária e a carga horária de trabalho são projetos que poderão ser votados.

“O projeto de reforma tributária foi apresentado ao setor empresarial e teve uma aceitação completamente favorável. Conseguimos conjugar os interesses dos contribuintes, dos municípios, da União e de todos os setores diretamente envolvidos. Essa reforma tem alguns elementos de avanço, por isso queremos levá-la até setembro ao plenário”, afirmou.

Com relação à carga horária, Temer disse que irá formar uma comissão entre as duas partes para discutir o tema. “Assim descobrimos quem é a favor e quem é contra essa mudança, podendo assim trazer melhorias para os dois lados”, concluiu.