Acusado de irregularidades em contratos de publicidade na Câmara Municipal de Curitiba, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB) renunciou hoje ao cargo de presidente da Casa, que ocupava havia 15 anos, antes de um pedido de comissão processante visando afastá-lo ser apresentado. Ele estava licenciado da função desde novembro do ano passado, quando o Ministério Público apresentou denúncia por improbidade administrativa.

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A carta foi lida pelo presidente em exercício Sabino Picolo (DEM). O novo presidente será escolhido em votação marcada para a próxima segunda-feira. As denúncias contra o vereador são de que ele teria privilegiado uma empresa da atual mulher, a jornalista Cláudia Queiroz, em licitação para publicidade. Na época, em 2006, eles ainda não eram casados, mas a acusação aponta que ela ocupava cargo de confiança na Câmara e, portanto, estava impedida de participar da licitação.

Processos no Conselho de Ética e em uma Comissão Parlamentar de Inquérito foram arquivados sob alegação de que não haveria provas que o responsabilizassem, apesar da confirmação de irregularidades. Derosso era um dos nomes cogitados para ser candidato a vice na chapa do atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), que é pré-candidato à reeleição.

Na carta que enviou ao Legislativo, ele diz que sempre defendeu a Casa e nunca exorbitou das atribuições a ele conferidas. Ele reforçou que as acusações não foram provadas. “Visando preservar meus pares, bem como a instituição Câmara Municipal de Curitiba de acusações negativas e inverídicas, venho pelo presente renunciar ao cargo de presidente”, justificou.

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Mesmo os vereadores que vinham defendendo Derosso acabaram mudando de posição nos últimos dias, já prevendo possíveis reflexos nas eleições que se aproximam. Dos 39 vereadores, 30 assinaram o pedido para comissão processante. O líder da oposição, Jonny Stica (PT), comemorou a decisão de Derosso. “É um momento histórico”, acentuou.