O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), afirmou ao Broadcast, sistema de informações em tempo real do Grupo Estado, que a invasão da casa por servidores públicos “é um caso de polícia, não de política”. Eles protestam contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo do Estado na última sexta-feira. Picciani disse que na próxima quarta-feira estará sentado em sua cadeira – no momento ocupada pelos manifestantes – para dar início à votação das medidas propostas pelo governador Luiz Fernando Pezão e que a reação dos servidores só aumenta sua vontade de votar as medidas.

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“A invasão do parlamento é um atentado ao regime democrático e não tem precedentes na história do Brasil. É um caso de polícia, não de política”, disse Picciani, que classificou a invasão de crime. Os servidores da área de segurança lideram hoje as manifestações na porta da Alerj.

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Os servidores querem ser recebidos por um representante do legislativo para debater as medidas, mas o presidente da Alerj descartou uma ida até lá. “Não se reúne com quem invade o parlamento e tenta impedir seu funcionamento. Isso nem na ditadura”, disse. “Quem vai tirá-los de lá é a polícia”, frisou.

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O protesto começou no fim da manhã desta terça-feira, 8, de maneira pacífica, mas acabou se acirrando por volta das 14h20, quando servidores públicos da área de segurança tomaram a Alerj. Composto de 22 de projetos de lei, o plano de Pezão foi enviado à Alerj na sexta-feira passada, e inclui iniciativas impopulares, como o adiamento de reajustes e a elevação da contribuição previdenciária de servidores ativos, inativos e pensionistas.

Questionado se a forte reação dos movimentos sindicais pode tornar mais difícil a aprovação do pacote de medidas do governo fluminense, Picciani disse esperar o efeito oposto. “Acho que isso vai fazer com que o parlamento tenha uma posição mais dura. A mim aumenta a vontade de votar (as medidas)”, afirmou. O presidente da Alerj disse ainda que o diálogo está aberto com o poder judiciário, que apontou inconstitucionalidades em pontos do pacote.