Preocupada com o racha no partido em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País, a cúpula do PT fará de tudo para impedir uma prévia entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.
A dupla disputa a indicação do partido para concorrer ao governo mineiro e tem causado tanta dor de cabeça aos dirigentes petistas que, longe dos holofotes, alguns deles chegaram até mesmo a defender o fim das prévias no PT.
A tentativa de blindar a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff – evitando que as brigas domésticas respinguem em sua campanha -, desembarcará no 4º Congresso Nacional do PT, de 18 a 21 de fevereiro, em Brasília. Se até lá o confronto em Minas não estiver resolvido, a ideia é aprovar uma resolução que dificulte a realização de prévias.
“Se pudermos evitá-las, melhor”, afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). “Esse assunto certamente será alvo do debate, já que as prévias podem deixar sequelas.”
Até agora, porém, não há uma proposta concreta sobre o que fazer. “O que se sabe é que a maioria do PT não quer nem ouvir falar em prévia, porque é um desgaste danado”, admitiu Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma.
Embora Minas tenha se transformado no calcanhar-de-aquiles do PT – até porque o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), também está no páreo e quer concorrer à sucessão do tucano Aécio Neves -, o Rio é outro Estado monitorado com lupa.
Motivo: o comando do PT teme que o prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh Farias, insista na prévia com a secretária Benedita da Silva para a definição do candidato ao Senado na chapa do governador Sérgio Cabral (PMDB), postulante à reeleição.