Pelo menos 279 prefeituras paranaenses devem fechar as portas hoje em protesto contra a redução no repasse do Fundo de Participação dos Municípios. A estimativa da Associação dos Municípios Paranaenses (AMP) é de que ao menos os 70% dos municípios do estado que têm no FPM sua principal fonte de receita adiram ao movimento, aprovado na Assembleia Geral da AMP, na semana passada, em Curitiba.

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Também hoje, representantes da AMP vão a Foz do Iguaçu entregar carta de reivindicação à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que participa, na cidade, do “Crise Desafios e Soluções para a América do Sul”, promovido pelo governo do Paraná.

“Vamos chamar a atenção dos governos e da sociedade para a grave crise enfrentada pelas prefeituras e cobrar deles compensações pelas perdas que estamos sofrendo”, disse o presidente da AMP, Moacyr Fadel (PMDB), prefeito de Castro.

No Paraná, o FPM caiu 11% em fevereiro, na comparação com janeiro passou de R$ 316 milhões para 281 milhões. Ainda no Paraná, a queda do FPM foi de 3,5% em janeiro e fevereiro deste ano, na comparação com igual período de 2008 passou de R$ 604 milhões para R$ 583 milhões.

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“Este é um percentual médio. Na prefeitura de Piraquara, porém, a queda foi de cerca de 20%”, afirmou o prefeito de Piraquara e secretário-geral da AMP, Gabriel Samaha (PPS).

No Brasil, o valor do 2.º repasse de março do FPM – R$ 250 milhões – transferido às prefeituras no dia 20 de março foi de 19% menor que a estimativa da Secretaria do Tesouro Nacional, que havia divulgado, no início do mês, a previsão de R$ 310 milhões.

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O segundo repasse reflete o volume de arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados e do Imposto de Renda nos dez primeiros dias de março. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, entre o final de dezembro e o dia 20 de março, os repasses do FPM sofreram redução de 12,57%, se comparados ao mesmo período do ano anterior.

Na carta a ser entregue à ministra Dilma, a AMP pede compensação das prefeituras pelas perdas com o FPM; adoção de mecanismos, na reforma tributária, que ampliem as receitas das prefeituras; ampliação dos recursos para o Programa Saúde da Família e manutenção do mesmo critério adotado em 2008 para o repasse do FPM.

Depois de debater a crise econômica em Curitiba, o governador Roberto Requião (PMDB) realiza, a partir de hoje, novo seminário em Foz do Iguaçu, com o objetivo de reunir lideranças do Mercosul para buscar soluções para enfrentar a recessão mundial.

O encontro terá a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que profere conferência na quinta-feira (26), às 16 horas. A exposição da ministra abordará as medidas que o governo federal está adotando para enfrentar a crise financeira global.

A palestra contará com a presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, também confirmou sua participação, na sexta-feira (27), proferindo palestra sobre a crise financeira mundial e seus impactos no Brasil.