O prefeito Cassio Taniguchi (PFL) está correndo contra o tempo para fazer a sua já anunciada reforma do secretariado. Descontados os feriados de Natal, Ano-Novo e finais de semana, o governo Jaime Lerner (PFL) tem mais vinte dias úteis de vigência e cerca de trezentos cargos comissionados para descarregar na administração municipal, entre aqueles que foram emprestados e outros originalmente contratados pelo mandato de Lerner e que ele não quer deixar desabrigados pela posse do novo governo.

Quanto mais o prefeito de Curitiba demorar para executar a mudança do seu secretariado, mais espinhosa vai ficando a tarefa. Além de acomodar os colaboradores de Lerner, Taniguchi ainda tem que contemplar múltiplos interesses dos grupos internos da prefeitura, que já estão travando uma briga de foice nos bastidores para garantir seus territórios. E como se não bastasse, Taniguchi ainda vai ter que recompensar, na reforma, os aliados que garantiram a reeleição de João Claudio Derosso (PSDB) na Câmara Municipal.

O prefeito terá que demonstrar sua gratidão ao reestruturar a equipe à base de apoio na Câmara que permitiu a ele desfrutar com uma certa tranquilidade os dois anos restantes de seu mandato. Taniguchi não podia sequer imaginar a hipótese de ser substituído no cargo por um adversário durante seus eventuais afastamentos, sobretudo porque a oposição ainda o mantém na mira em decorrência da denúncia da existência do caixa paralelo na campanha à reeleição em 2000. Desfeito o perigo, agora o prefeito terá que acatar as indicações que virão da Câmara.

Divergências

Internamente, três grupos disputam espaços na prefeitura: um comandado pelo vice-prefeito Beto Richa (PSDB), que não admite interferências na sua equipe. o segundo é liderado pelo secretário de governo Carlos Alberto Carvalho, e o terceito integra o feudo do ex-secretário estadual da Fazenda e presidente estadual do PSC, Giovani Gionédis.

Com esta reforma, Taniguchi ainda tem mais uma meta a atingir: dar feição própria ao grupo. Nesta nova composição, o prefeito pretende reafirmar o seu estilo administrativo e, ao mesmo tempo, excluir auxiliares que não corresponderam a sua confiança na campanha eleitoral, ou seja, aqueles que não se empenharam o suficiente na eleição de Beto Richa (PSDB) no primeiro turno da disputa para o governo e, no segundo, em favor do senador Alvaro Dias (PDT).

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