O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, acaba de anunciar, na tarde desta terça-feira (15), na Câmara Municipal, o cancelamento do contrato entre a prefeitura e a empresa de radares Consilux, responsável por pelo menos 140 equipamentos na capital.
A prefeitura irá intervir e a operação ficará a cargo da Urbanização de Curitiba (Urbs). Ducci estuda a possibilidade de estatizar o serviço.
“Essa decisão vai resgatar a credibilidade do sistema. A função do radar é proteger vidas, por isso tomei essa decisão para que o sistema volte a ser confiável. Essa situação não poderia passar em branco. Estou indignado como todo cidadão curitibano”, afirmou o prefeito.
O prefeito disse ainda que ética e moral foram os principais fatores para ele tomar esta decisão. “A prefeitura assume agora o sistema que pode ter licitação para compra de equipamentos, mas não para gerenciamento”, disse. Para Ducci, já que o contrato foi cancelado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não teria serventia.
Líder da bancada de oposição e proponente da CPI dos Radares, o vereador Jony Stica (PT) elogiou o decisão do prefeito. “Mostrou que tem pulso e que zela pelo interesse público”. Mas disse que a revogação dos contratos não afasta a necessidade de uma investigação sobre possíveis vícios e irregularidades nos contratos da prefeitura com a Consilux.
“Os seis vereadores que já assinaram o pedido de CPI se reuniram e concluíram pela necessidade de mantermos o pedido de CPI”, disse. Além de Stica, já assinaram a CPI os vereadores Professora Josete (PT), Pedro Paulo (PT), Noêmia Rocha (PMDB), Algaci Túlio (PMDB) e Paulo Salamuni (PV).
Stica disse acreditar que, com o posicionamento do prefeito, ficará mais fácil conseguir as 18 assinaturas necessárias para a abertura de CPI. “O prefeito já mostrou que não tem qualquer constrangimento com o assunto e a CPI é o instrumento legal para que investiguemos esses contratos. Com essa decisão de cancelar os contratos, ficou claro que a CPI não é uma questão política. Vamos voltar a conversar com os vereadores da base”, disse o líder da oposição, que propôs, até, que a presidência da CPI fique com um vereador da bancada de apoio a Ducci.
Da base do prefeito, a vereador Julieta Reis (DEM) disse que, “se houver necessidade”, assinará a CPI. “Os radares protegem a vida. Mas devem ser geridos de forma transparente, assim como o mobiliário urbano”, disse a vereadora, que já deu uma dica para a bancada de oposição. “Os contratos com a Clear Channel, que atende ao mobiliário urbano em Curitiba, ainda são um mistério. Não conseguimos as cópias até agora”.
(Com informações de Roger Pereira)
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