Prefeito queria ser médico municipal

O concurso público para a contratação de profissionais de saúde da Prefeitura Municipal de Cascavel tinha, até ontem, um candidato inusitado. Sob o número de inscrição 3.589, concorria ao cargo de médico – clínico-geral – Lísias de Araújo Tomé, o prefeito do município.  

A participação do prefeito no processo seletivo gerou contestação de outros concorrentes, de adversários políticos e de alguns moradores de Cascavel, o que fez com que Lísias anunciasse, ontem, a desistência do concurso. Médico cardiologista, o prefeito, que recebe ordenados próximos de R$ 10 mil mensais, está inscrito para a disputa por um cargo de clínico-geral num dos postos de saúde do município, cuja remuneração é de R$ 1.587,00.

O prefeito alegou que, ao assumir a chefia do Executivo municipal, perdeu muitos de seus clientes na clínica que possui na cidade e o concurso público seria um forma de garantir um emprego para quando deixar a Prefeitura. Lísias está em seu primeiro mandato, que encerra-se no próximo ano, mas não é candidato à reeleição. De acordo com o porta-voz do prefeito, Djalma Santos, apesar de o edital do concurso prever que, para ser contratado, o candidato aprovado não pode estar ocupando outro cargo público, Lísias estaria legalmente autorizado a participar das provas pois o concurso tem validade de dois anos e seu mandadto é de mais 1,5 ano. ?Dentro da ingenuidade dele, ele acreditou que poderia tentar esse emprego para quando deixar a Prefeitura. Mas depois da celeuma criada, ele decidiu não participar mais, para não prejudicar o concurso?, declarou.

A prova escrita do concurso público na área da Saúde da Prefeitura de Cascavel ocorrerá no domingo (24), na Universidade Paranaense (Unipar). São 93 vagas para médicos nos postos de saúde – clínico-geral, ginecologista/obstetra e pediatra – e 61 para médicos do Programa Saúde da Família. 

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