Numa sessão que começou na noite de quinta-feira e invadiu a madrugada de ontem, os vereadores de Santo Antônio da Platina cassaram o mandato do prefeito José Ritti Filho (sem partido). Por seis votos a três, a Câmara Municipal aprovou o relatório da comissão processante, que acusou o prefeito de superfaturar a compra de um terreno para a construção de casas populares, decidindo pelo impeachment do prefeito.
A comissão processante apurou que a Prefeitura adquiriu por R$ 150 mil um terreno que, dois meses antes, havia sido vendido por R$ 60 mil. As investigações constataram, ainda, que antes dessa primeira venda o então proprietário havia oferecido a área pelos mesmos R$ 60 mil à Prefeitura, que não demonstrou interesse.
?Era um terreno comum, de 1,3 alqueire, que aqui na região vale no máximo R$ 50 mil. É um absurdo ver o dinheiro público sendo jogado fora dessa maneira?, disse o vereador Amauri Ramos (sem partido), um dos que votou pela cassação.
Além desse caso, Ritti Filho responde a diversas outras acusações, sendo objeto de dezenas de investigações do Ministério Público por desvio de verba na área da saúde e em manutenção de maquinários da Prefeitura. Em outras duas ações, ele já foi afastado do cargo pela Justiça, reassumindo graças a liminares. Com a cassação, o vice-prefeito Pedro Claro (DEM) tomou posse na tarde de ontem. O mandato será curto, de um ano e meio, até as próximas eleições, em outubro de 2008.
O advogado de Ritti Filho, César Augusto de Melo, alegou que seu cliente não teve direito de se defender e informou que está preparando recurso na Justiça para tentar reverter a decisão. O presidente da comissão processante, vereador Celso Schmidt (PMDB), reconheceu o direito de recurso, mas lembrou que o prefeito foi convocado para explicar-se na Câmara em várias ocasiões durante o processo, mas não compareceu.