A comissão processante da Câmara de Pontal do Paraná, que investiga denúncia contra o prefeito Rudisney Gimenes (PMDB), decide se vai analisar amanhã a defesa prévia do chefe do Executivo local e irá decidir se vai prosseguir com o processo. Gimenes apresentou anteontem sua defesa no processo de cassação e uma lista com o nome de dez testemunhas de defesa, a serem convocadas se o processo continuar.
A comissão processante é formada pelos vereadores Alexandre Pereira (atual presidente da Câmara, PDT), Sebastião Carlesso e Arlindo do Nascimento. Nenhum deles é aliado do prefeito. Porém, ontem, Gimenes protocolou um pedido para o que o seu líder na Câmara, Wolnei Moroz (PMDB), acompanhe os trabalhos da comissão.
O prefeito afirmou que não há justificativa para que seja processado, já que o motivo seria uma briga pessoal com o presidente da Câmara. Gimenes acusa Pereira de ter pedido ?mensalão? para aprovar projetos da prefeitura, na frente de quatro vereadores. ?Entraram com essa comissão processante contra mim por motivos políticos?, disse.
Gimenes é acusado de transgredir normas e deveres relativos ao exercício do cargo. Conforme o texto da denúncia, ele teria modificado o valor da planta genérica de valor imobiliário do município (IPTU), mediante decreto executivo, de modo que fosse beneficiado, ?além de utilizar o site da prefeitura, para promover intriga entre os poderes e denegrir a imagem do Poder Legislativo?.
O prefeito não descarta entrar na justiça para se manter no cargo. Ele disse que vai aguardar o andamento do processo para analisar se precisará tomar medidas judiciais. Segundo Gimenes, há algumas irregularidades na formação da comissão processante, que foi instalada sem ser incluído nenhum representante do PMDB, partido que tem três dos nove vereadores da Câmara. ?Pelo menos um membro da comissão deveria ser do PMDB?, disse. Gimenes afirmou também que os seis vereadores que votaram favoráveis ao pedido de instalação da comissão processante entraram na justiça contra ele neste ano, pedindo indenização por danos morais. De acordo com o prefeito, a lei orgânica do município impede que vereadores com interesse direto ou indireto, participem da comissão processante.