Após nova decisão de soltura do ministro Gilmar Mendes, o prefeito de Mauá, Átila Jacomussi (PSB), denunciado criminalmente duas vezes, e alvo de ações que encontraram R$ 87 mil em dinheiro vivo em sua casa, está nas ruas. Jacomussi e seu ex-chefe de gabinete João Eduardo Gaspar deixaram o presídio de Tremembé, no Vale do Paraíba, às 17h55 desta sexta, 15.
Ele é alvo da Operação Trato Feito, sob suspeita de ser beneficiário de um mensalão de R$ 500 mil supostamente pago por um grupo de nove empresas fornecedoras da administração municipal.
De acordo com o advogado Daniel Leon Bialski “o prefeito Átila Jacomussi disse que voltará às suas funções de consciência tranquila, pois sabe que não praticou qualquer ilicitude”. Ressalta que “ele deve reassumir a prefeitura de Mauá no início da próxima semana”.
As propinas também seriam distribuídas a 22 dos 23 vereadores de Mauá, segundo a investigação. No dia 13 de dezembro, data da deflagração da Trato Feito, os agentes federais apreenderam com os suspeitos R$ 1,087 milhão em dinheiro vivo.
Átila foi preso, inicialmente, em maio, no âmbito da Operação Prato Feito, da Polícia Federal, que apura desvio de verbas públicas em contratos firmados com o município para fornecimento de merenda escolar. Na casa de Jacomussi, a PF encontrou R$ 87 mil em espécie, dos quais R$ 80 mil estavam escondidos na cozinha, dentro de uma panela. Ele foi denunciado por lavagem de dinheiro. Em junho, Gilmar Mendes mandou soltá-lo.
Em 30 de janeiro, Átila foi denunciado novamente, ao lado de seu grupo, de fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva e formação de organização criminosa no âmbito da Operação Prato Feito – investigação sobre desvios de verbas destinadas à compra de uniforme escolar no município da Grande São Paulo.
Átila enfrenta dois processos de impeachment na Câmara de Mauá. A previsão é que, caso a tramitação siga normalmente, o afastamento definitivo do prefeito seja decretado em março.
Com a palavra, João Gaspar
“Desde o primeiro momento, quando teve a prisão, eu estava muito tranquilo, porque sei da minha inocência. Todos que me acompanharam desde o primeiro episódio da primeira prisão sabem que eu me afastei completamente da Prefeitura de Mauá a partir daquele momento para me dedicar à minha defesa jurídica e vai continuar essa sendo minha postura. Assim como fiz da outra vez, não foi pedir para que se revoguem as cautelares que me impedem de assumir cargos na Prefeitura, não tenho essa intenção. Agora é seguir em frente e provar minha inocência.”