Prefeito de Campinas continua no cargo

Com 16 votos favoráveis, 15 contrários e duas ausências na Câmara de Campinas, o pedido de afastamento do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) durante os trabalhos da Comissão Processante (CP) que investiga supostas irregularidades na administração do pedetista e pode levá-lo ao impeachment caiu por terra nesta quarta-feira. Para afastar o chefe do Executivo durante os trabalhos da CP o Legislativo precisava dos votos de dois terços dos 33 vereadores, o que não foi alcançado.

O autor do pedido de afastamento derrubado nesta quarta-feira na Câmara, Valdir Terrazan (PSDB), lamentou o resultado e disse que sua frustração reflete o sentimento da população. “O meu sentimento e dos vereadores que apoiaram o afastamento é de frustração, e reflete o sentimento de cidadãos que esperavam uma resposta mais firme da Câmara Municipal perante a uma situação tão grave”, afirmou Terrazan.

Sobre ex-funcionários públicos do alto escalão do governo Hélio pesam acusações formalizadas pelo Ministério Público de formação de quadrilha, corrupção e fraudes em licitações. “Aqui na Câmara as coisas se transformaram em discussão jurídica, enquanto são, na verdade, questões éticas e morais, e de paralisia da administração”, afirmou Terrazan. “O plenário é soberano, mas eu só tenho a lamentar.”

O prefeito Hélio comemorou virtualmente, em tempo real. “Ato histórico dos vereadores que rejeitaram peça inconstitucional. Golpe político comparável aos regimes de exceção que afrontam a democracia”, foi a declaração publicada na página do pedetista (@Dr_Helio) no Twitter, logo após a sessão.

Em meio a gritos “Fora Hélio, Hélio fora” e “propina, propina” em um plenário com capacidade para 300 pessoas lotado, a sessão da Câmara de Vereadores de Campinas durou três horas e meia. O vereador Valdir Terrazan defendeu que o requerimento estava embasado na Constituição Federal e que o pedido de afastamento era temporário. “Ninguém está falando em impeachment agora. Estão tentando confundir as coisas. É um pedido de afastamento temporário enquanto durar a Comissão Processante, para garantir lisura nas apurações “, disse o vereador que, nem assim, conseguiu o apoio de dois terços dos parlamentares.

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