Enquanto em Brasília PMDB e PT se estranham na distribuição dos cargos do segundo escalão, em São Paulo o partido do vice-presidente Michel Temer já enfrenta focos de rebelião. O prefeito de Barueri, Rubens Furlan, ameaça deixar o PMDB caso o partido abandone a base aliada tucana no Estado. Em nota divulgada por sua assessoria de imprensa, Furlan diz temer que o PMDB paulista caia “em mãos erradas”.
“Espero que o nosso partido permaneça com os mesmos princípios que o nortearam aqui em São Paulo. O que eu posso adiantar é que se o PMDB passar a ser comandado pelo vice-presidente Michel Temer, deixo o partido”, declarou Rubens Furlan, no texto divulgado nesta tarde.
A preocupação de Furlan é que, com a morte do ex-governador Orestes Quércia, presidente do diretório estadual e principal resistência do partido à influência do atual vice-presidente da República, o partido siga a orientação nacional e deixe a base do PSDB em São Paulo. Quércia faleceu no último dia 24 vítima de um câncer na próstata.
No ano passado, os peemedebistas fizeram parte do primeiro escalão do governo Alberto Goldman (PSDB), mas foram excluídos do primeiro escalão do governo Geraldo Alckmin (PSDB). A expectativa é que, dependendo da posição do partido em São Paulo, o PMDB ganhe alguns cargos no segundo escalão.
Furlan já foi vereador, deputado estadual e federal e está atualmente em seu quarto mandato como prefeito de Barueri, município da grande São Paulo com o maior Produto Interno Bruto (PIB) entre os governados pelo partido no Estado. Ele é pai da deputada federal Bruna Furlan (PSDB), uma das mais votadas no Estado, e foi um dos articuladores mais ativos da sigla na campanha do então candidato tucano José Serra à Presidência da República.