Integrante da base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva há quase oito anos, o PR vai apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República, mas quer mudanças no programa de governo petista. Em almoço com Dilma, ontem, dirigentes, deputados e senadores do PR disseram à ministra que não vão aceitar o controle da mídia nem as ocupações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O PT decidiu radicalizar as diretrizes do programa de governo de Dilma no último dia 19. O documento que passou pelo crivo do 4º Congresso da legenda, intitulado “A Grande Transformação”, prega o combate ao monopólio dos meios de comunicação, a reativação do Conselho de Comunicação Social, a cobrança de impostos sobre grandes fortunas e a jornada de trabalho de 40 horas semanais.
“Discordamos de alguns pontos da proposta do PT e queremos influenciar a preparação da plataforma da ministra”, afirmou o deputado Milton Monti (PR-SP), presidente da Comissão de Transportes da Câmara que participou do almoço na casa de Dilma. “Não aceitamos cabresto sobre a imprensa, como na Venezuela, e nosso ideário se contrapõe às atitudes do MST, pois defendemos o respeito ao direito de propriedade.”
O PR fará convenção no dia 5 de abril para oficializar o apoio a Dilma. Nessa data, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento – que deixará o cargo no próximo dia 2 para concorrer ao governo do Amazonas -, assumirá a presidência do PR.