O PPS do Paraná desconsiderou o acordo assinado na Rede Paranaense de Televisão (RPC) de não apresentar no programa eleitoral gratuito imagens do debate da noite de anteontem e ocupou boa parte do tempo com trechos do desempenho do candidato Rubens Bueno. O item 8 do acordo, grafado em negrito, proibia expressamente a reprodução. A RPC informou que iria notificar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que tomasse as medidas pertinentes.
Mas sobrou tempo para um depoimento do presidente nacional do partido, Roberto Freire, e para o candidato fazer seu agradecimento e convocar: ?Nossa candidatura está crescendo na hora certa em todas as regiões do Estado. Com seu voto vamos para o segundo turno e ganhar a eleição.? Quem mais saiu ganhando no último programa foi o candidato do PDT, Osmar Dias, segundo colocado nas pesquisas. Ele ocupou parte do programa do PMDB e todo o do PSL com direito de resposta.
E atacou o líder das pesquisas, o governador licenciado Roberto Requião (PMDB), lembrando a prisão do policial civil Délcio Razera, que trabalhava no governo do Estado e é acusado de grampo, além da ?tentativa de censurar a imprensa com quebra de sigilo telefônico?. No espaço do PSL, defendeu-se de acusações de subavaliação de uma fazenda que possui em Tocantins.
No mais, manifestou a certeza de que vai haver segundo turno e que estará nele. ?Eu nunca fui governador. O Requião quer o terceiro mandato. Nos dois mandatos ele teve tempo suficiente para fazer o que o Paraná precisa. Se não fez até agora não será no terceiro mandato?, criticou.
No tempo que restou ao PMDB, os coordenadores preferiram fazer um resumo das propostas de Requião e apresentar números das pesquisas que apontam para vitória no primeiro turno. O candidato do PT, Flávio Arns, manifestou a certeza de um segundo turno, e ele lá. ?Não se deixe levar por pesquisas?, apelou. Entre os partidos menores, chamou a atenção o PRP, que mostrou imagens de Requião comendo, por engano, grãos de mamona, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ?Um governador que come mamona não conhece agricultura?, alfinetou o candidato Jorge Martins.
Debate
O último debate entre os candidatos ao governo nesta campanha eleitoral não empolgou o eleitor que teve de ficar acordado até perto da uma hora da manhã. Com regras rígidas e candidatos temerosos de derrapar em algum tema, a discussão acabou morna, mesmo com quatro dos cinco concorrentes do governador licenciado Roberto Requião (PMDB) buscando falhas em sua administração, incluindo o nanico PSOL.
A exceção, mais uma vez, foi o candidato do PV, Melo Viana, que poupou o governador de todas as críticas, que desferiu igualmente a todos os demais. Bueno e o senador Osmar Dias atuaram de forma afinada. Arns alfinetou Requião em alguns momentos, mas também foi atacado por Melo Viana. Ontem, as assessorias de Requião, Arns, Osmar Dias e Rubens Bueno distribuíram matérias exaltando o desempenho dos candidatos. Todos se disseram vencedores.
