A bancada estadual do PPS solicitou na sessão de ontem, o afastamento do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Nelson Justus (DEM). O líder da bancada, deputado Marcelo Rangel, fez discurso na tribuna para comunicar a posição oficial da bancada, formada também por Douglas Fabrício e Felipe Lucas.

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Há duas semanas, o PV e o PC do B também pediram a saída do presidente da AL. Mas desta vez, não foi apenas uma manifestação de direção partidária. O desejo foi expresso pelos três deputados, que assinaram uma nota conjunta cobrando informações sobre o resultado do trabalho da Comissão de Sindicância, criada há cerca de um mês para investigar as denúncias de existência de funcionários fantasmas, edição de diários secretos e desvio de recursos públicos.

Felipe Lucas é 3º. vice-presidente da mesa executiva. Mas o representante do PPS na Mesa não pretende renunciar ao cargo. Rangel argumentou que a bancada não estendeu a sugestão de impedimento a toda a Mesa porque o presidente é o foco da maioria das denúncias de irregularidades.

“Não estamos presumindo a culpabilidade de ninguém. Fora do cargo, ele (Justus) poderá se defender como um deputado comum”, disse o líder da bancada do PPS, acrescentando que uma licença temporária de Justus do cargo ajuda a preservar a instituição. “O principal cargo é o de presidente. É ele que responde pela instituição”, afirmou.

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Bactérias

O presidente da AL recebeu o pedido, mas se limitou a dizer que analisaria depois o documento. O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), criticou a postura dos deputados do PPS.

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Disse que a AL está adotando medidas para proporcionar mais transparência às suas ações e comparou os deputados do PPS a “bactérias oportunistas” que atacam quando o organismo está frágil.

Romanelli defendeu a votação em plenário do pedido da bancada do PPS. “As deliberações nessa Casa devem ser coletivas”, afirmou o líder do governo que, nas últimas semanas, têm saído em defesa da mesa executiva.

O corregedor da AL, Luiz Accorsi (PSDB), não comentou a crise envolvendo a Mesa Executiva. Ele justificou que a Corregedoria somente se posiciona se for provocada oficialmente por um membro do Legislativo.

De acordo com Accorsi, notícias divulgadas pela mídia não são suficientes para motivar uma manifestação da Corregedoria. O 2.º vice-presidente da AL, Valdir Rossoni (PSDB), também preferiu não se posicionar.

Rossoni disse que, na condição de substituto imediato do 1º. Secretário, está numa posição desconfortável para comentar o afastamento dos colegas. “Se fosse a saída do 1.º secretário, eu seria um beneficiário direto. Então, também não comento a questão do presidente”, alegou.