O ex-deputado Rubens Bueno será oficialmente indicado amanhã (dia 19), candidato a prefeito de Curitiba, na convenção do PPS, marcada para as 9 horas, na sede do Paraná Clube, onde terão direito a voto os 211 convencionais do partido.
Os deputados estaduais Marcos Isfer e Ratinho Junior se reúnem hoje para anunciar que estão abdicando de disputar à convenção em favor de Bueno. Os dois vinham sendo apontados como pré-candidatos do partido e Isfer era citado por Bueno como o provável candidato.
O lançamento da candidatura de Bueno estraga o projeto do Palácio Iguaçu de ver reproduzida a aliança que elegeu o governador Roberto Requião em 2002, e que era formada no segundo turno pelo PPS, PT e PMDB, PCdoB, entre outros. Bueno já vinha sinalizando que o PPS não participaria da coligação que já está aprovada pelo PMDB e será formalizada pelo PT no próximo dia 27, tendo como candidato a prefeito o deputado estadual Angelo Vanhoni e como candidato a vice-prefeito o ex-secretário Nizan Pereira.
Bueno foi candidato ao governo em 2002. No ano passado, ele transferiu seu domicílio eleitoral de Campo Mourão para Curitiba, mas não assumiu o projeto de ser candidato. Mesmo no final do mês de maio, quando deixou a diretoria administrativa da Usina de Itaipu, Bueno continuava sustentando que não era candidato e que deixava o cargo para coordenar as campanhas do PPS nacionalmente. Ele é secretário-geral do diretório nacional do partido.
Linha crítica
O distanciamento do PPS em relação ao PT ficou visível nas últimas semanas, quando Bueno protagonizou algumas inserções nacionais do partido nas emissoras de rádio e televisão em que o partido parte para o ataque contra o governo federal. Ontem à noite, o partido exibiria a crítica completa ao governo Lula no programa do partido que seria veiculado no horário cedido pela Justiça Eleitoral.
A aparição de Bueno faz parte do racha interno nacional do PPS. O presidente do partido, Roberto Freire, tenta levar o partido para a oposição, e a ala próxima ao ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, com o reforço da maioria da bancada no Senado e na Câmara Federal, defende o alinhamento ao governo.
Bueno se alinhou à ala de Freire. Na reunião do início da semana, o ex-deputado paranaense e o ministro Ciro Gomes tiveram um bate-boca. Ciro cobrou dos correligionários as inserções hostis ao governo Lula. Rubens Buenos retrucou, lembrando que no primeiro turno da campanha à presidência da República em 2002, Ciro, então candidato, sugeriu que o país entraria em colapso se o PT vencesse a eleição.
Para Bueno, não há incoerência entre a sua posição de agora e o cargo que ocupou durante mais de quinze meses no governo federal. Assessores de Bueno citam que o PPS já vem adotando uma postura crítica em relação ao governo do PT desde o segundo semestre do ano passado, quando divulgou um documento criticando a atual política econômica. Para Bueno, a atual posição do PPS é de um “aliado sincero” tanto do governo estadual como do governo federal.
