PPS entra na Justiça contra o Ibope

Quase seis meses depois, as pesquisas do Ibope para as eleições do ano passado em Curitiba continuam rendendo. Ontem o candidato do PPS à Prefeitura, Rubens Bueno, e o vice de sua chapa, Augusto Canto Neto, protocolaram ação judicial reparatória contra aquele instituto por danos causados por sondagens supostamente manipuladas pelo instituto naquela campanha eleitoral. Eles reivindicam a condenação do Ibope a pagar uma indenização que será doada a instituições de utilidade pública sediadas em Curitiba.

A ação sustenta que as pesquisas, "orientadas por critérios suspeitos e obscuros, além de estatisticamente discutíveis", tiveram o propósito deliberado de prejudicar a candidatura do PPS, impedindo sua presença no segundo turno da eleição.

Manipulação

Os pontos duvidosos enumerados pelo PPS são o limitado universo de eleitores entrevistados em cada uma das três primeiras consultas, o percentual de 4,9% de margem de erro, considerado excessivamente elástico, e manobras para esconder a informação de que o candidato do partido tinha a menor taxa de rejeição entre os postulantes. Nas pesquisas posteriores, o Ibope ampliou os números atribuídos a Rubens Bueno para um ajuste de última hora, mas ainda bem aquém da realidade. Em sua última sondagem, divulgada na véspera da eleição, atribuiu ao candidato do PPS 13% das preferências. Na apuração, verificou-se que ele recebeu 20,04% dos votos.

Interpelado oficialmente pela coligação do Voto Limpo, o Ibope jamais explicou a incoerência entre os números da pesquisa estimulada e os da espontânea em relação à candidatura de Bueno. Embora subisse a cada pesquisa, na sondagem em que os entrevistados se manifestam espontaneamente sobre sua preferência eleitoral, ele permanecia estacionado na estimulada, quando os nomes dos candidatos são exibidos ao entrevistado.

Para o advogado Luiz Felipe Haj Mussi, que assina a ação, esses fatos demonstram "que as pesquisas tiveram um caráter indiscutivelmente duvidoso, concentrando gravíssimas e inexplicáveis distorções. O coordenador jurídico do PPS considera que a suposta manipulação das pesquisas do Ibope contribuiu decisivamente para criar um falso ambiente de polarização eleitoral entre os candidatos Beto Richa (PSDB) e Ângelo Vanhoni (PT), prejudicando Rubens Bueno nas suas possibilidades consistentes de chegar ao segundo turno, como comprovou ao atingir a marca de 20,04% dos votos no dia da eleição.

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