O PPS do Paraná aprovou, ontem, em seu encontro estadual, indicativo de candidatura própria ao governo do Estado nas eleições de outubro. O nome do presidente estadual da legenda, Rubens Bueno, foi apontado como o do provável candidato. Um dos principais articuladores da tentativa de manutenção da aliança entre PSDB, PDT, DEM e PPS, Bueno disse que o indicativo é uma resposta ao rompimento da aliança, com as pré-candidaturas de Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT). “Depois de mais de três anos defendendo a aliança, chegamos a um momento em que sentimos não ser mais possível. Então, como nosso compromisso era de estarmos todos juntos, estamos respondendo que não vamos nem com um nem com outro, vamos com o candidato do PPS”, disse Rubens Bueno, comentado que, a partir de agora deixa o trabalho de mediador para o de pré-candidato, correndo o Estado.
A aprovação do indicativo foi precedida de muita discussão, principalmente com os correligionários que apoiavam a aliança com o pré-candidato tucano, Beto Richa, como o prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, o Gabão, e o deputado federal Cesar Silvestri. Gabão pediu coerência ao partido, que, segundo ele deveria manter o apoio a Beto Richa por, no momento, já estar apoiando o ex-prefeito de Curitiba ao fazer parte da administração municipal. “Participamos do governo Beto Richa, da eleição de 2008 até 2012, não tem nenhuma relação com 2010. Mesmo porque o PDT também faz parte dessa aliança. Na sua tese, quem quebrou a aliança foi o prefeito, quando deixou o cargo”, disse Bueno em resposta a Gabão. O presidente do PPS, no entanto, reafirmou que não existia nenhum compromisso de Beto Richa apoiar Osmar Dias e que vê total legitimidade na pré-candidatura do tucano, mas que estava definido um único candidato do grupo.
O maior defensor da aliança com Beto, e que saiu contrariado do encontro foi Silvestri, que queria mais tempo para o partido conversar com o tucano antes de tomar posição. “Temos que estar juntos, pelo projeto nacional. PSDB, PPS e DEM têm esse papel importante e a aliança no Paraná só reforçaria esse compromisso”, disse o deputado que teme que, agora, o PPS deixe de ser o elo da coligação para ser adversário de seus aliados históricos. Silvestri chegou a apostar numa desistência de Osmar Dias e a retomada da aliança, “pelo menos foi o que senti de uma conversa com deputados federais do PR e do PSC, partidos que já declararam apoio a Osmar e que, agora, estão preocupados com a indecisão do senador”. Bueno minimizou essa possibilidade. “O senador Sérgio Guerra (presidente nacional do PSDB) saiu de uma reunião com o Osmar na quarta-feira dizendo que não haverá aliança”. O presidente do PPS afirmou, no entanto, que se houver uma alteração no quadro e a aliança voltar a ser possível, o PPS volta atrás na candidatura própria. “Se Beto e Osmar chegarem a um entendimento e um único candidato, que nos procurem”, concluiu.