Entre as idas e vindas partidárias da temporada, alguns partidos encolheram suas bancadas na Assembléia Legislativa. O PP pode começar a próxima semana com um único deputado, se for confirmada hoje a transferência da deputada Cida Borghetti para o PFL. Neste caso, o deputado Duilio Genari ficaria como o representante solitário do PP que, em 2002, elegeu quatro deputados.
O risco de ficar isolado também rondava ontem o deputado Chico Noroeste. O pastor Edson Praczyk confirmou seu ingresso no Partido Municipalista Renovador (PMR), que está aglutinando os egressos do PL, e Noroeste restava como o único deputado do PL na Assembléia Legislativa. Noroeste, segundo a direção estadual, pretendia ficar no PL, mas a certeza somente virá depois de encerrado o prazo de filiações.
Conforme a instrução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), hoje é o último dia para que os candidatos às eleições de 2006 mudem de partido. A instrução pôs fim à polêmica sobre o vencimento do prazo. Algumas siglas entendiam que seria ontem, já que a lei estabelece que o candidato deve estar filiado ao partido pelo qual vai concorrer um ano antes da eleição, que no próximo ano será em 1.º de outubro.
No PP ainda, foram confirmadas as saídas dos deputados Cesar Seleme e Geraldo Cartário, que se transferiram para o PMDB. O presidente estadual do PP, Dilceu Sperafico, assegurava ontem que Cida permaneceria no partido.
Na bancada federal, poucas modificações foram anunciadas. Além de André Zacharow, que ingressou no PMDB há algumas semanas, a outra troca cogitada era a de Ricardo Barros, que sairia do PP para o PSDB.
Ontem à tarde, a versão era que o atual líder da bancada do PP, deputado José Janene, teria pedido a expulsão de Barros. Mas a assessoria de Janene negou a informação e disse que as relações entre os dois são amistosas.
Entretanto, Janene e Barros vêm colidindo há muito tempo. Barros se alinha aos tucanos e pefelistas na oposição e a bancada comandada por Janene integra a base governista.
Dupla
No PTB, o deputado Carlos Simões ganhou novamente a companhia do deputado Jocelito Canto, que desistiu de se filiar ao PMDB e retornou ao seu partido original. Canto havia deixado o PTB e permaneceu alguns meses sem filiação partidária.
Poucos partidos passaram incólumes pelo troca-troca partidário. O PT está nesta categoria. Mesmo com a crise deflagrada pelas denúncias de financiamento irregular de campanha e contra o governo, a bancada permaneceu do mesmo tamanho que começou o ano legislativo em 2003, com nove deputados.
O PMDB saiu no lucro com o desfecho do processo de trocas. Em 2002, o partido elegeu a segunda maior bancada, com oito deputados. Vai terminar 2005 como a maior bancada com quatorze deputados.
Mas a adesão maior ao PMDB foi registrada entre os prefeitos. Os números definitivos ainda não são conhecidos, mas já chega perto de duzentas as prefeituras sob administração peemedebista no Estado.
As forças de oposição, PFL e PSDB, não avançaram muito. O PSDB fechou o período com nove deputados e o PFL com outros sete. Nestas semanas que antecederam o fim do prazo eleitoral, os dois partidos permaneceram estáveis.
O PDT elegeu seis deputados estaduais em 2002. Ao longo destes três anos perdeu dois deputados para o PMDB – Vanderlei Iensen e José Maria Ferreira. Mas ganhou um novo filiado na semana passada: Luis Carlos Martins.