Ao mesmo tempo em que os tucanos se bicam internamente para decidir quem será o candidato ao governo e o PDT diz que avança em direção à aliança com o PT, os partidos satélites da aliança de 2008, acompanham o impasse de longe. À exceção do DEM, onde a divisão foi exposta publicamente, PP e PPS aguardam o desfecho, prometido para o próximo dia 22. Curiosamente, o PP, comandado pelo deputado Ricardo Barros, ainda não tomou partido no caso. No interior do Estado, onde está indo de cidade em cidade para preparar sua candidatura ao Senado, Barros disse que “dessa briga, o PP está fora”. Barros, que conversa simultaneamente com os tucanos, pedetistas e petistas, afirma que vai esperar, pacientemente, o desfecho dessas intrincadas articulações. “Quando se definirem, nós voltamos a conversar”, disse o deputado, que está licenciado da Câmara dos Deputados até abril.

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E até lá, Barros afirmou que o PP terá uma proposta de governo que será colocada na mesa das negociações. “Não vamos fazer avaliações agora sobre as decisões dos outros partidos. Não vou me arriscar a fazer juízo dos acontecimentos. Em maio, voltamos com o nosso plano de governo e reabriremos o diálogo”, afirmou o presidente do partido. Ele disse que o PP não terá candidato ao governo, mas não abre mão da candidatura ao Senado.

Como nas duas trincheiras, a tucana e a pedetista-petista, as vagas ao Senado estão sendo disputadas, Barros sabe que terá dificuldades para encaixar o PP. Um dos trunfos é o tempo do partido no horário eleitoral gratuito.

Por um fio

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No PPS, o presidente estadual Rubens Bueno decidiu assumiu o papel de mediador. Diz que tem conversado com Beto e com Osmar. Embora tenha anunciado que se a aliança implodir, o PPS lança candidato ao governo, Bueno disse que ainda tem o que chama de “um fio de esperança” que tudo volte a ser como previa o roteiro original.

“Das grandes divergências, podem sair ótimas soluções. Eu acredito na grandeza do Beto e do Osmar e acho que os dois poderiam ter um diálogo com mais aquidade. O fato é que uma aliança que já tinha, antecipadamente, todas as possibilidades de vitória, quando entra em disputa, passa a correr riscos. E coloca em risco também a candidatura nacional”, avaliou Bueno.

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Bueno raciocina sobre as possibilidades de candidatura de Beto e Osmar, mas admite que o terceiro nome, do senador Álvaro Dias, também se encaixa no projeto de manutenção de aliança. “Pode não ser uma campanha tão competitiva. O Álvaro já teve duas experiências, em que começou a campanha muito bem nas pesquisas, e no final, perdeu”, criticou. Já Osmar e Beto, na análise de Bueno, tem mais perspectivas. “Osmar já demonstrou que é competitivo na eleição de 2006 e o Beto teve uma reeleição estupenda. Ele tem aprovação popular e é uma liderança em ascensão”, avaliou.