Em reuniões com ministros que cuidam da articulação política e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo e o PP avançaram na quinta-feira (31) nas negociações para transferir o Ministério da Saúde do PMDB para o PP. Antes mesmo da confirmação da saída de Marcelo Castro (PMDB-PI), o PP já definiu o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) como nome para ocupar o comando da pasta. Barros vem negando que tenha sido convidado e vá assumir a pasta.
De acordo com um integrante do núcleo político do governo, é preciso sacrificar o deputado peemedebista que assumiu a pasta da Saúde em outubro de 2015 para contemplar o PP, quarta maior bancada da Câmara, com 51 deputados.
O PP havia avisado ao Planalto que só fecharia acordo para se manter na base se ganhasse um ministério “com orçamento”, como o da Saúde ou da Educação. Negociadores do partido dizem que só uma pasta dessas, com recursos para irrigar as bases, seria capaz de convencer a maioria da bancada a manter apoio a Dilma. A legenda também negocia com o interlocutores do vice-presidente, Michel Temer, diante da possibilidade de haver o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Integração Nacional e Caixa
O partido já controla o Ministério da Integração Nacional, cujo comando será trocado. Sai o atual ministro, Gilberto Occhi, e assumi o deputado Cacá Leão (PP), que é filho de João Leão (PP-BA), vice-governador da Bahia. Occhi deve ser o presidente da Caixa Econômica Federal, banco do qual é funcionário de carreira desde os anos 1980 e já foi vice-presidente. Hoje, a Caixa é dirigida pelo PT.
O governo espera ainda fechar as negociações com o PR e o PSD. Ele ofereceu ao PR, que hoje comanda Transportes, o Ministério de Minas e Energia. A pasta do PSD ainda está em negociação.