Por um voto Pessuti leva no 1º turno

O vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) foi indicado ontem para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas com 28 votos, na eleição realizada em sessão especial da Assembléia Legislativa. Pessuti obteve exatamente o número de votos necessários – metade mais um dos 54 deputados presentes à votação – para garantir sua nomeação, sem ter que enfrentar o desgaste político de uma disputa de segundo turno, contra o segundo colocado, o deputado Durval Amaral (PFL), que fez quinze votos.

Em terceiro lugar ficou a procuradora da Universidade Federal do Paraná, Dora Lúcia de Lima, que somou seis votos. O deputado Mário Bradock (PMDB) teve cinco votos. Os demais quinze candidatos não foram votados.

Apesar de ter conquistado a vaga pela margem de um voto – se fizesse 27 votos, haveria segundo turno – o vice-governador considerou que se saiu bem na disputa. Ele afirmou que, diante da decisão do deputado peemedebista Mário Bradock de não renunciar em seu favor, esperava que a eleição fosse decidida apenas em segunda votação.

A eleição do novo conselheiro foi acompanhada pelo atual secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, e o futuro ocupante do cargo, Rafael Iatauro. Os dois tentaram convencer Bradock a sair da disputa até pouco antes do início da votação. "Muita gente já havia se comprometido comigo no segundo turno. E eu imaginava que seria no segundo turno porque eu sabia que só teria mais de trinta votos se o deputado Bradock desistisse", afirmou.

O vice-governador terá que renunciar ao cargo para o qual foi eleito em 2002 e se desfiliar do PMDB para que o governador Roberto Requião (PMDB) possa nomeá-lo para o Tribunal de Contas, na vaga do conselheiro Quielse Crisóstomo, morto no mês passado. Mas Pessuti antecipou que, antes do final deste mês, não se afasta do governo. Ele quer completar antes quarenta anos de filiação ao PMDB para depois deixar o partido. O aniversário de seu ingresso no PMDB será no dia 24 de março.

Pessuti disse que quando assumir o cargo irá se considerar impedido de julgar as contas do atual governo. "É evidente que quando se tratar das contas deste governo, não vou poder julgar. Não teria sentido que eu, como ordenador de algumas das despesas desse período, julgasse as contas", afirmou.

Desunião

A votação de ontem causou um mal-estar entre os partidos de oposição ao governo. O PFL se ressentiu das posições dos deputados pedetistas, que reforçaram a candidatura do Pessuti. Segundo mais votado, o deputado Durval Amaral atribuiu a vitória do peemedebista à bancada do PDT, que teria contribuído com apenas um voto para o pefelista.

Conforme os cálculos do pefelista, se os cinco deputados do PDT tivessem votado com ele, haveria um segundo turno da eleição e o resultado seria favorável à oposição. Mas conforme os próprios pedetistas, a bancada se dividiu entre Pessuti, Amaral e a procuradora da UFPR.

Para Amaral, os partidos que se alinham à oposição ao governo perderam uma oportunidade de causar a primeira derrota ao PMDB, ao deixar de contribuir para a eleição de um representante da oposição ao Tribunal de Contas. Mesmo que perdesse para o vice-governador, Amaral acha que a realização de uma segunda votação abalaria o poder de fogo do Palácio Iguaçu e respingaria na reeleição do governador nas eleições de outubro.

Para Amaral, o PDT seria o mais beneficiado com esse resultado já que está trabalhando para obter o apoio de pefelistas e tucanos para a candidatura do presidente estadual pedetista, senador Osmar Dias, ao governo. "Se tívessemos vencido, seria um impulso importante para todos os pré-candidatos ao governo que vão disputar a eleição com o Requião. Mas com um adversário tão forte, articulado e inteligente como o Requião, nossa articulação teria que ser bem melhor", reclamou o deputado.

O vice-presidente estadual do PDT, Augustinho Zucchi, que declarou voto em Pessuti, afirmou que a bancada não havia fechado questão e que cada um votou de acordo com seus critérios pessoais. Zucchi afirmou que discorda da avaliação de Amaral sobre os reflexos da eleição de conselheiro na sucessão estadual. "Não tem nada a ver entre esta eleição e a de governador. Não há nenhum vínculo direto entre as duas", declarou. 

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