Falta ainda a conversa oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas o acerto entre o PT, o PMDB e o Palácio do Planalto está feito. Sarney deve permanecer no cargo. Ao final de um dia marcado por protestos de petistas que se viam forçados a apoiar o peemedebista, o que prevaleceu foi a “ordem unida” disparada pelo Planalto, que priorizou as negociações com o PMDB em torno de uma aliança para a disputa presidencial de 2010. Responsável pela pacificação do partido, Lula se reuniu ontem com os senadores do PT, no Palácio da Alvorada.

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Sarney vive um momento delicado – o PSDB encaminhou denúncia ao Conselho de Ética da Casa, o PSOL protocolou representação na Mesa Diretora e o DEM, um de seus principais aliados, cobra seu afastamento. O motivo é uma série de irregularidades que começou a vir à tona em 10 de junho, quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Senado utilizava atos secretos para criar cargos e nomear parentes de políticos, alguns do próprio Sarney. Um mordomo de sua filha, a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), era pago pelo Senado e José Adriano Cordeiro Sarney, seu neto, opera crédito consignado na Casa.

Ontem, da tribuna do Senado, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), deixou claro que, entre a licença de Sarney e a governabilidade, fica com a segunda opção. O encontro com Lula foi adiado para hoje por iniciativa do próprio presidente, em conversa telefônica com Sarney na manhã de ontem. Assim como dissera aos petistas que o visitaram na véspera, o senador afirmou a Lula que só ficaria no cargo se tivesse o PT a seu lado.

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