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Por falta de apoio, PT desiste da lista fechada na reforma política

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), anunciou, nesta quarta-feira, 21, que o partido desistiu da proposta de voto em lista fechada no debate da reforma política. A justificativa é a falta de apoio de parlamentares de outras bancadas.

“Na nossa avaliação, nós não temos votos suficientes para aprovar esse sistema que a gente chama de pré ordenada. Então nós queremos insistir no sistema proporcional, que é o de lista aberta que temos hoje, no qual o eleitor além de escolher o partido, escolhe o candidato”, disse referindo-se ao atual sistema de votação.

Ao explicar que o PT vai defender a manutenção do voto proporcional, Zarattini criticou outras propostas em discussão na Casa, como o chamado “distritão”, no qual apenas os mais votados são eleitos, independentemente de partido ou coligação.

“Vem crescendo uma proposta que visa a manter os atuais deputados, que é o chamado “distritão”. Esse sistema não existe em nenhum lugar do mundo. Seria uma invenção brasileira. Isso pode parecer bom para o eleitor, mas esconde uma grande tramoia. O número de candidatos vai cair violentamente, só vão ser candidatos os que já são deputados e isso vai diminuir a renovação nesta Casa”, argumentou.

O líder petista afirmou ainda que o PT negocia com a base aliada do governo para acelerar a votação da reforma política antes da apresentação de uma provável denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer.

“No nosso modo de ver, ao chegar a denúncia na Câmara, nós vamos viver um momento de grande conturbação política. E é necessário que a gente tenha aprovado até outubro as regras das próximas eleições”, disse.

Além do “distritão”, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quarta-feira, dia 21, que o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), negociam emplacar o voto distrital misto. A ideia é que o sistema seja aprovado até setembro deste ano e entre em vigor nas eleições de 2021.

Nesse sistema, o eleitor vota duas vezes: uma para candidatos no distrito e outra para a lista dos partidos. Uma metade das vagas vai para os candidatos eleitos por maioria simples. A outra é preenchida conforme o quociente eleitoral pelos candidatos da lista.

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