Recém-saídos de um processo de disputa interna para a eleição dos novos diretórios nacional, estadual e municipais, as tendências e grupos petistas do Paraná começam a se reaproximar para discutir a sucessão estadual do próximo ano. Anteontem à noite, em jantar no Hotel Bourbon, em Curitiba, a corrente Campo Majoritário, que preside o partido no Paraná, reuniu-se com deputados federais e estaduais do partido, e ainda com o secretário estadual do Emprego, Trabalho e Ação Social, Roque Zimmermann, para pedir apoio à pré-candidatura do senador Flávio Arns ao governo, em 2006.
O presidente estadual do partido, deputado estadual André Vargas, tem pressa em fechar apoios a Arns. Nos dias 11 e 12 de novembro, em encontro do diretório estadual em Curitiba, a direção do partido pretende criar um grupo de trabalho eleitoral, composto por todas as correntes e alas, para organizar a discussão sobre as candidaturas majoritárias do próximo ano.
O presidente estadual do PT, André Vargas, disse que o encontro do Bourbon foi bem-sucedido. Zimmermann e o deputado federal Dr. Rosinha deram seu aval à indicação de Vargas, relatou André, afirmando que agora pretende se reunir com a deputada federal Clair Martins e o líder do PT na Assembléia Legislativa, Tadeu Veneri, para fechar o circuito de apoios a Arns.
O nome de Arns foi ventilado pela primeira vez, publicamente, há uma semana, quando Vargas, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o diretor geral de Itaipu, Jorge Samek, a diretora financeira de Itaipu, Gleisi Hoffmann, e o deputado estadual Angelo Vanhoni, conversaram com o senador e decidiram propor seu nome ao partido. Hoffmann seria o nome do grupo para concorrer ao Senado.
O encontro de anteontem foi definido por Vargas como mais uma etapa da "construção do consenso" em torno de Arns. Por enquanto, o presidente estadual do partido não está encontrando concorrentes para o senador. "Até agora, não há outros nomes", disse o presidente do partido, que trabalha com a expectativa de evitar as prévias, tradicional método de escolha de candidatos majoritários que sempre resultam em combates acirrados entre os vários grupos.
No encontro de domingo passado, além do grupo que lançou o nome de Arns, estavam presentes ainda os deputados estaduais Pedro Ivo Ilkiv, Luciana Rafagnin, Hermes Fonseca e Elton Welter, e os deputados federais Selma Schons e Dr. Rosinha.
Integrante da corrente Democracia Socialista, Rosinha disse ontem que não há nenhum indicativo de que o seu grupo venha a postular uma candidatura majoritária. E por isso, não se opõe ao nome de Arns. Mas informou que no próximo dia 6, a corrente se reúne e pode adotar outra linha.
Empurrão
Vargas nega que o ritmo das articulações petistas para o governo esteja sendo ditado pelas posições do PMDB, o principal aliado no Estado na disputa de 2002. O governador Roberto Requião (PMDB) tem subido o tom das críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e está cada dia mais envolvido com o projeto do seu partido de lançar um candidato à presidência da República. "Não há nenhuma interface entre a nossa discussão e o Requião. O fato é que 99% do partido quer candidatura própria", afirmou o dirigente.