O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), não vai declarar sua posição na disputa ao governo do Estado enquanto achar que a opção pode prejudicar a campanha de Geraldo Alckmin à presidência da República no Paraná. Beto disse ontem que se já tivesse decidido de que lado ficaria na diáspora tucana, não teria como exercer o papel de aglutinador de apoios para Alckmin. O prefeito afirmou que não está ?segurando? ninguém e citou que vários dos seus secretários estão participando da campanha tanto do governador Roberto Requião (PMDB) como do senador Osmar Dias (PDT).
Anteontem à noite, em Curitiba, durante o lançamento da candidatura à reeleição do deputado Gustavo Fruet, o senador Osmar Dias fez um apelo ao apoio do prefeito de Curitiba à sua candidatura. ?Nesse momento, não posso entrar em embates. Preciso aglutinar todas as lideranças?, afirmou o prefeito, que sofre pressões também do grupo que apóia a reeleição do governador.
Do lado do PMDB, o pedido para que Beto se defina vem principalmente do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), ex-candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Requião. Brandão, que já levou o vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, para o palanque peemedebista, declarou apoio a Alckmin anteontem, durante a vinda do tucano a Curitiba. Beto festejou a posição de Brandão, que havia sinalizado com a possibilidade de aderir ao projeto de reeleição do presidente Lula, mas não correspondeu às expectativas do deputado, que esperava a contrapartida do apoio do coordenador de Alckmin a Requião.
Beto disse que precisa de liberdade para reforçar os apoios de Alckmin. ?Neste início de campanha, fico neutro. Eu sempre disse, desde o ano passado, quando o partido começou a discutir a sucessão estadual e também quando veio o impasse da candidatura ao governo, que a minha prioridade era o candidato a presidente da República. Não vou entrar em embates, neste momento, por isso?, justificou o prefeito. Ele também não tem data para se decidir. ?Não sei até onde vou assim?, emendou.
Desconhecido
Beto acha que o seu maior desafio para consolidar Alckmin no Paraná é colocar a campanha na rua. ?Ele é pouco conhecido. Parte disso já está sendo solucionado com os programas de televisão. Mas a campanha precisa ir para a rua, porque nós precisamos traduzir o potencial de simpatia que o eleitor tem com ele em votos?, afirmou o prefeito tucano.
Por enquanto, Beto ainda não tem materiais de propaganda da campanha de Alckmin. ?Nós vamos começar a produzir os primeiros materiais agora?, disse Beto, que está tentando formar uma base de prefeitos para Alckmin no estado. Ele começou pela Região Metropolitana de Curitiba, onde conseguiu o apoio de dezoito prefeitos. Pretende levar esta estratégia até o interior do Estado. O prefeito deve se licenciar depois do feriado de sete de setembro para fazer um roteiro por várias cidades.
Tangente
No jantar de anteontem, Gustavo Fruet declarou seu apoio ao senador Osmar Dias (PDT). Osmar se animou e pediu também o de Beto. Lembrou que há dois anos os dois estavam juntos na campanha de Beto à prefeitura e que esse momento deveria se repetir. ?A coerência nos impele de estar novamente juntos na caminhada para resgatar a credibilidade que o Paraná perdeu com o governo atual.? O prefeito saiu pela tangente. Disse que admira o trabalho do senador, assim como o considera um dos políticos com maior credibilidade no estado, mas foi só.