Milhares de pessoas, além de importantes lideranças políticas, participaram, ontem, das homenagens ao ex-governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, de 54 anos. Ele morreu na quinta-feira (6), de infecção generalizada, provocada por uma pneumonia e agravada por um quadro grave de diabetes. Dante se tornou nacionalmente conhecido em 1984 quando, então deputado federal, apresentou projeto propondo eleições diretas para presidente. A emenda se tornou símbolo da campanha pela redemocratização, conhecida como "Diretas-já". A emenda, no entanto, não foi aprovada. Casado com a deputada federal Thelma de Oliveira (PSDB), ele não deixa filhos.
Durante todo o dia foram prestadas homenagens ao ex-governador. No começo da tarde, o arcebispo de Cuiabá, d. Milton Santos, conduziu uma cerimônia de culto ecumênico na Assembléia Legislativa para os familiares, amigos, políticos e populares que foram ao local para se despedir do ex-governador. Dante foi sepultado no começo da noite, com honras de chefe de Estado no túmulo da família, no cemitério da Piedade, em Cuiabá.
As cerimônias reuniram políticos de todos os partidos, entre aliados e adversários de várias regiões do País. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), lamentou o que chamou de falta de reconhecimento político de Dante em vida. "Dante foi o grande responsável pela conquista da democracia. Ele foi injustiçado, mas morreu honesto. Precisou morrer para ter reconhecimento", disse o governador.