O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (25) que os políticos brasileiros não gostavam de fazer obras que ficam embaixo da terra e que, por isso, durante anos não foram instaladas as redes de saneamento necessárias no país.
"Político no Brasil não gostava de trabalhar com obras que ficavam enterradas embaixo da terra, porque não podia colocar os nomes dos parentes para homenagear. Era melhor fazer fontes e viadutos", afirmou Lula, ao discursar em Campinas, onde autorizou o início de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em municípios de São Paulo.
Segundo o presidente, as obras do PAC são um processo de reparação a erros que vêm se acumulando há 40 anos no país. "Estamos fazendo uma reparação e tentando urbanizar as favelas em todas as regiões metropolitanas do país e acabar com as palafitas".
Mais uma vez, Lula disse que o PAC não foi lançado para atender a governadores e prefeitos do PT e brincou que, se o programa fosse realizar obras apenas em municípios que tem prefeitos petistas, não existiria. "Temos tão pouquinho prefeito que não dava nem para fazer um PAC".
Lula afirmou que, para um presidente republicano, não importa a legenda do prefeito, pois o acordo é feito com o povo brasileiro. "Não é porque o prefeito não pertence ao meu partido que vou dizer que ele não vai ter dinheiro. Não é essa relação mesquinha que já predominou no Brasil durante muito tempo".
As obras do PAC nos municípios paulistas abrangem projetos de iluminação pública, de esgoto sanitário, pavimentação asfáltica, abastecimento de água e recursos para construção de moradias populares em regime de mutirão.