A Polícia Federal prendeu, nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (23), em Brasília, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Trata-se de um desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato.
A operação “Custo Brasil” (31ª fase) cumpre mandados em Curitiba, Londrina, na sede do PT em São Paulo, além de Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. A PF apura o pagamento de propina, por meio de contratos de prestação de serviços de informática, no valor de R$ 100 milhões, entre 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Os valores em questão estão na ordem de R$ 100 milhões.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva. Policiais federais e agentes da Receita Federal estiveram por duas horasa na cobertura do casal no bairro Água Verde, em Curitiba, nesta manhã.
Além de Paulo Bernardo, a Polícia Federal levou sob o regime de condução coercitiva o jornalista Leonardo Attuch (do site Brasil 247), que teria se beneficiado, segundo as investigações, do esquema de desvio de dinheiro. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma, também foi levado pelo mesmo regime.
Gleisi
A PF cumpre ainda um mandado na casa da senadora Gleisi Hoffman, em Curitiba. Gleisi foi indiciada, junto com Bernardo, após suspeitas de que valores desviados da Petrobrás foram utilizados em 2010 na campanha dela ao Senado. As informações surgiram de uma delação de um vereador investigado pela operação “Pixuleco”.
A defesa de Paulo Bernado disse que desconhece as razões da prisão. A assessoria do casal nega irregularidades.
Advogado
Agentes de Polícia Federal estão no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que, segundo investigações, teria envolvimento. Há um mandado de prisão para ele, mas o advogado está no exterior. Segundo a defesa, Guilherme irá se apresentar assim que retornar de Portugal. O advogado trabalhou em campanhas eleitorais da senadora Gleisi Hoffmann.
Denunciados
O casal Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo foi denunciado pela Procuradoria-geral da República ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro no início de maio.
Segundo a denúncia, a campanha da senadora, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão de propina do esquema de corrupção da Petrobras. Uma das lideranças do PT no Senado, Gleisi foi chefe da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff entre 2011 e 2014.
A participação do casal no esquema de corrupção da Petrobras já foi citada anteriormente pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. A confirmação da denúncia foi feita pelo advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin em delação premiada. Ele foi orientado, em 2010, por Youssef a entregar dinheiro para a petista.