A Polícia Civil mineira confirmou nesta terça-feira que a mesma pessoa teria matado o jornalista Rodrigo Neto, de 38 anos, e o repórter fotográfico Walgney Assis de Carvalho, de 43, assassinados no início do ano em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Os dois participavam de apurações de crimes atribuídos a um grupo de extermínio formado por policiais e, de acordo com a polícia, foram executados com tiros disparados pela mesma arma, apreendida com Alessandro Neves, de 31, conhecido como “Pitote”.

continua após a publicidade

Ele já está preso e, apesar de não ser da polícia, tinha carteira de policial, livre trânsito em delegacias do município e teria chegado até a atuar em operações da instituição. Além de Pitote, o investigador Lúcio Lírio Leal, de 22, também é apontado como envolvido na execução de Rodrigo. Ambos estão presos.

Eles foram identificados em meio a investigações em torno do grupo de extermínio denunciado pelo jornalista. Segundo a Polícia Civil, este grupo seria o responsável por 14 assassinatos na região, mas a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas recebeu a denúncia de que haveria mais de 20 mortes ligadas aos policiais.

A apuração dos crimes, feita por uma força-tarefa criada com agentes de Ipatinga e Belo Horizonte, já levou à prisão de dez pessoas, incluindo seis policiais civis e três militares. Todos foram presos por determinação da Justiça. O último a ser capturado foi o capitão Charles Clemencius Diniz Teixeira, da Polícia Militar (PM) mineira, acusado de ser mandante de pelo menos um assassinato. As investigações também levaram à queda da cúpula da segurança pública no município do Vale do Aço.

continua após a publicidade