Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

 Nereu Moura: "Não se pode mexer em recursos amarados".

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A Comissão de Orçamento da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná realiza em Curitiba na próxima quarta-feira, dia 16, a última de suas audiências públicas que tiveram a finalidade de debater e recolher sugestões da população sobre o orçamento estadual de 2006. Segundo o relator da comissão, Marcos Isfer (PPS), é importante que a sociedade entenda como funciona a elaboração do orçamento e contribua com proposições de modificação. "A proposta do governo vai ter de ser bem discutida".

Porém, para o deputado estadual Nereu Moura (PMDB), o orçamento já está fechado e há pouca margem para mudanças. "Não se pode mexer nos recursos que estão ‘amarrados’. Além disso, só há obras prioritárias no orçamento", disse.

Isfer disse que dos R$ 17,2 bilhões provenientes de arrecadações e transferências de recursos, R$ 468 milhões podem ter sua destinação modificada. De acordo com o deputado, há três principais áreas que podem sofrer algum tipo de modificação – saúde, transporte escolar e infra-estrutura. "Ouvimos sugestões de prefeitos para um aumento de recursos no transporte escolar na área de saúde, para a ampliação do Sistema de Assistência à Saúde". Segundo ele, estão alocados para transporte escolar do próximo ano uma quantia de recursos menor do que a alocada em 2005 e isso terá de ser discutido.

Isfer afirmou ainda que obras de infra-estrutura também podem ser revistas. O deputado deu como exemplo a reivindicação dos municípios do norte do Estado, que propuseram um projeto de integração regional, o que necessitaria de uma série de obras de infra-estrutura. As obras seguiriam os moldes das realizadas na integração de Curitiba e Região Metropolitana, disse Isfer, tendo um investimento inicial do Estado, para em seguida se buscar financiamentos com bancos. "Eu não diria que as obras de infra-estrutura do projeto de orçamento sejam prioritárias, mas sim que os recursos alocados em obras já previstas".

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Orçamento participativo

Moura sugeriu que as audiências públicas sejam realizadas na elaboração da proposta de orçamento, junto com o governo. "A Assembléia Legislativa deveria participar na elaboração. Assim, teríamos orçamento participativo". Segundo ele, poderia se levar a discussão de orçamento participativo, para um debate com a população.

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Isfer disse que seria ótimo trabalhar com orçamento participativo. "Mas, para isso, precisa-se de um governo participativo", afirmou.

A Assembléia Legislativa realizou audiências públicas nos municípios de Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco, Paranaguá e Ponta Grossa. A votação do orçamento deve acontecer em 15 de dezembro.