PMDB vai intervir no diretório de Ponta Grossa

Apesar dos protestos, cada vez mais freqüentes, a direção estadual do PMDB não pretende interromper o processo de reestruturação dos diretórios municipais. Ontem, em reunião em Curitiba, a executiva estadual decidiu intervir em Sarandi. Na reunião da próxima semana, Ponta Grossa está na vez. O desempenho do PMDB em 2004 no quarto maior colégio eleitoral do Estado está na mira da executiva estadual, que detectou falta de ação do diretório local.

As dissoluções aprovadas pela executiva estadual têm gerado fortes e diferentes reações no partido. Depois das críticas do presidente do partido em Maringá, Umberto Crispim, que não aceitou a intervenção, a executiva estadual teve que administrar na reunião de ontem a irritação do deputado federal Max Rosenmann, que insistia em propor a extinção do diretório de Rio Negro. Como a performance do partido na disputa municipal do ano passado em Rio Negro não envergonhou a direção estadual, a executiva bateu o pé e não atendeu a Rosenmann.

Sobre Maringá, o presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, disse que não cabe a comparação feita por Crispim entre o desempenho local do partido e Curitiba. Dobrandino afirmou que, ao contrário de Maringá, o diretório de Curitiba está se esforçando para sair da crise gerada pelos maus resultados da eleição do ano passado.

O dirigente estadual afirmou que Crispim não concordou em adotar a fórmula implantada por Curitiba que, para evitar uma intervenção, criou um conselho formado por vários deputados para monitorar e participar das ações do diretório. "Isto foi proposto ao Crispim, mas ele não demonstrou disposição de fazer. Ele não abriu para isso", afirmou Dobrandino, acrescentando que o processo de depuração avançou para a refundação das zonais em Curitiba e o partido, aos poucos, está se reorganizando.

Ele informou que até o início da próxima semana, o diretório já vai estar recebendo as sugestões de novos nomes para dirigir o partido na cidade. As indicações foram solicitadas ao deputado federal José Borba, que ficou encarregado de indicar os cinco nomes para compor a executiva provisória. Borba tem base eleitoral em Maringá e região.

Acusado de autoritário por Crispim, o secretário-geral do diretório estadual, Luiz Cláudio Romanelli, afirmou que já esperava este tipo de reação. "Eu estou incluindo o companheiro Crispim nas minhas orações diárias. Ele sabe que foi uma decisão coletiva da executiva, levando em consideração um quadro partidário que não é novo em Maringá. Foi uma decisão bastante democrática e a prova é que o PMDB de Maringá, há várias eleições, não mostra competitividade", afirmou Romanelli.

Para o secretário-geral, a forma como a executiva estadual está conduzindo a reformulação nos diretórios não tem qualquer traço autoritário. "Não estamos excluindo ninguém. Não estamos expulsando nossos companheiros. Estamos adotando o mesmo procedimento para todas as cidades", disse Romanelli. No total, mais de noventa cidades entraram na lista dos diretórios dissolvidos. 

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