Em reunião realizada ontem de manhã, o diretório municipal do PMDB aprovou a criação do Instituto de Assuntos Municipais Adhail Sprenger Passos, organismo permanente para elaborar políticas municipais, a convocação do congresso municipal do PMDB no dia 9 de abril, e a formação do gabinete paralelo da oposição municipal. O secretário extraordinário de Assuntos Estratégicos do governo estadual, Nizan Pereira, que compôs chapa com Angelo Vanhoni (PT) para disputar as eleições do ano passado, foi indicado pelo presidente do diretório, Doático Santos, para coordenar o gabinete e também a comissão provisória para a criação do instituto.
Segundo Doático, o partido vai adotar a campanha de mobilização em favor do pleno emprego, proposta pelo deputado estadual Rafael Greca, primeiro nome cogitado para dirigir o gabinete, e começará a trabalhar nela logo após o Carnaval. Quanto ao gabinete de oposição, que não convenceu a bancada de vereadores do partido, disse que, além de fiscalizar as ações da Prefeitura, vai também auxiliar o governo do Estado na implementação de políticas para a cidade, especialmente na área de segurança pública, oferecendo ao prefeito Beto Richa (PSDB) as propostas defendidas pelo partido na última campanha, de integração das policias civil e militar, Guarda Municipal e conselhos comunitários de segurança.
Outra proposta é a de integração de espaços culturais, em que o governo atuaria em conjunto com a Prefeitura e com a comunidade: "Assim em outras áreas também. O gabinete pretende fazer um acompanhamento crítico do governo municipal e, simultânamente, atuar como um braço auxiliar do governo do Estado nas ações e politicas do interesse de Curitiba".
Mas dificilmente Doático vai contar com o apoio da bancada municipal nessa empreitada, que o vereador Paulo Salamuni classificou de "irresponsável": "Doático não tem autoridade para fazer uma proposta dessas apenas 14 dias após a posse do prefeito. A prática da democracia manda dar um crédito de confiança ao administrador que inicia sua gestão, pois ele vem com o aval da população que o escolheu".
Salamuni disse que a bancada do PMDB, que é composta por ele e mais três vereadores, Celso Torquato, Luis Felipe Braga Cortes e Reinhold Stephanes Júnior, não concorda com o gabinete paralelo nem deve apoiá-lo. Indagado pelos jornalistas à respeito, o prefeito Beto Richa não mostrou preocupação em relação ao gabinete paralelo: "Espero que haja alguma seriedade na intenção de quem se propõe a essa tarefa".