União foi a palavra mais ouvida, ontem, durante a convenção municipal do PMDB para a escolha do presidente do diretório. O governador Roberto Requião e o diretor-presidente da Tribuna, Paulo Pimentel, encabeçaram a chapa única que apoiou a recondução do ex-vereador Doático dos Santos ao cargo. Durante o encontro, Requião disse que as divergências internas são positivas, mas não no momento em que o partido se prepara para disputar a permanência no governo do Estado.
Na última eleição para a Prefeitura, o PMDB não se entendeu. Uma ala queria lançar candidatura própria e outra apoiar o petista Angelo Vanhoni. Agora, que as eleições para o governo estadual se aproximam, o partido quer se manter unido em Curitiba, principal colégio eleitoral do Estado, em torno do nome de Doático. ?A união é importante. Não tenho dúvida que o PMDB fica no governo?, enfatizou Requião. Também se mostraram afinados com a idéia seis deputados estaduais e dois federais com domicílio eleitoral na cidade, dois vereadores e nove secretários de Estado. ?Deixamos para brigar só no ano que vem contra nossos adversários na eleição?, afirmou Doático.
Pedágio
Durante a convenção, Requião disse que é a favor da rotatividade no poder, mas ressaltou que o governo precisa de mais quatro anos para consolidar o que já fez até agora. Em seu discurso, salientou que a administração vai bem e as políticas sociais estão dando bons resultados. Para ele, o único problema é mesmo o pedágio. ?O governo já entrou com várias ações na Justiça contra a forma como os contratos foram estabelecidos. No Paraná temos ganho de causa, mas fora daqui, não. Mas vamos continuar insistindo. Se o governo não tivesse interferindo, o pedágio estaria o dobro do que está hoje?, explicou.
Requião também disse que o PMDB deve ficar aberto a alianças para fortalecer ainda mais a candidatura do partido. No entanto, ressalvou que as portas não estão abertas a todos, principalmente os que teriam apoiado a tentativa de vender a Copel.
Reeleição
O empresário Paulo Pimentel fez discurso de apoio à re- eleição de Requião. No entanto, salientou também, que o atual governador seria homem forte do PMDB para disputar as eleições presidenciais. Paulo disse que não pretende concorrer no ano que vem, mas vai continuar atuando como militante nas bases do partido.
Mas se o clima era de união, o presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, destoa um pouco dos demais. Para o parlamentar, o diretório de Curitiba perdeu a chance de renovar a direção.