Foto: Lucimar do Carmo |
Arruda: questões pontuais. continua após a publicidade |
O diretório estadual do PMDB tentou, mas não conseguiu impedir que a sigla se juntasse ao inimigo no interior do Estado para disputar as eleições municipais de outubro.
Apesar do protocolo da direção estadual recomendando que as alianças preferenciais eram com o PT, PV e PCdoB, os peemedebistas fizeram coligações com o PDT em 40 municípios, com o PSDB em 38 municípios, com o DEM em 26 municípios e em outros 23 estão no mesmo palanque que o PPS.
Em 66 municípios, o aliado é o PT. As coligações com os petistas representam 15% do total. Os números foram informados pelo secretário-geral do PMDB do Paraná, João Arruda, que ontem, 18, divulgou o balanço final das composições que o partido fez para concorrer às eleições de 5 de outubro. O levantamento mostrou que o PMDB tem candidatos próprios a prefeito em 248 municípios (62,16%).
Arruda aponta vários fatores para explicar a desobediência ao protocolo no interior. O grande número de alianças com os tucanos, por exemplo, devem-se ao raio de influência do ex-presidente do PSDB estadual, Hermas Brandão, atual conselheiro do Tribunal de Contas, disse Arruda.
Brandão apoiou a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) em 2006 e comandou um processo de aliança entre as duas siglas, frustrado pela direção nacional. Mas a afinidade ainda existem em várias cidades, justificando as alianças para este ano, disse Arruda.
O PMDB também está mantendo ou retribuindo apoios recebidos em 2006 a Requião. O secretário geral recordou que o governador teve o apoio de mais de trezentos dos 399 municípios do Estado. E estes prefeitos pertenciam a vários partidos, incluindo aqueles que estiveram aliados à candidatura adversária do senador Osmar Dias.
O histórico dos acordos e disputas locais interferiram nas decisões, disse Arruda. ?Em várias cidades, existem questões bem pontuais que aproximam as siglas que são adversárias no Estado?, afirmou o secretário geral. Mas esse mix de partidos têm prazo quase vencido, acredita.
A prevalecer os princípios da fidelidade partidária, esta deverá ser a última eleição em as posições políticas municipais contradizem as posturas estaduais, previu. ?As coisas devem mudar. Com o protocolo, nós já avançamos bastante. Mas a fidelidade vai dar uma linha mais clara aos partidos?, disse.
Chapa pura
Em 96 municípios, ou 24%, o PMDB lançou chapa pura. Em 152 cidades, ou 38%, o PMDB registrou os candidatos a prefeito e os candidatos a vice-prefeito foram indicados por outras siglas.
Em 82 municípios, os peemedebistas indicaram o candidato a vice em chapas encabeçadas por outros partidos. Em 67 cidades, o PMDB apóia chapas completas de outros partidos e não participa da eleição majoritária diretamente. Somente disputa a eleição para as câmaras municipais.
Em apenas dois municípios, Cruz Machado e Mirador, os peemedebistas estão completamente à parte na disputa majoritária. Nas duas cidades, o PMDB não apóia candidatos a prefeito e vice-prefeito e lançaram somente chapa de vereadores.