Preterido na distribuição dos cargos do primeiro escalão em relação ao PT, o PMDB deu hoje o troco ao Planalto ao assegurar o comando do Senado e das comissões técnicas mais cobiçadas da Casa. O partido que elegeu José Sarney (PMDB-AP) para presidência do Senado pela quarta vez, tem ainda a vantagem de atrair os votos da oposição, numa eventual disputa entre os governistas.

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O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), acredita que a situação da Casa repetirá o que ocorre nos Estados, com a oposição optando em se aliar aos peemedebistas. “Como principal partido do governo, deixaria de haver contraponto nas alianças com o PT”, afirma.

O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), acredita que os dois principais aliados da presidente Dilma Rousseff conseguirão conviver sem se atropelarem, apesar de considerar “normal” nas democracias a disputa de espaços internos do Congresso. “Vamos ter um relacionamento diferente, sem a beligerância antes existente”, prevê.

A capacidade de alterar o resultado das votações num racha entre os dois maiores partidos da base é o trunfo da oposição. Sem negociação, os 25 senadores conseguiriam, no máximo, obstruir as votações na ausências do governistas. O PSDB, com 10 senadores, está à frente, seguido do DEM (5), PSOL (2), 1 do PPS e mais os dissidentes do PMDB e do PDT.

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O primeiro confronto entre petistas e peemedebistas ainda está em suspense. Os senadores não conseguiram resolver a pendenga sobre o partido que indicará o presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Pela ordem de escolha, o cargo cabe ao PSDB, terceira maior bancada. Mas uma proposta do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) ao líder tucano, Álvaro Dias (PR), de trocar essa comissão por duas – uma delas, a de Educação -, pôs os partidos aliados em choque. O líder Humberto Costa ameaça estragar o entendimento requisitando a Comissão de Educação para o bloco encabeçado pelo seu partido, para desestimular a intenção do PSDB de ceder o cargo para a senadora Marisa Serrano (MS). “Não há hipótese de nosso bloco abrir espaço para atender ao PSDB”, afirma.

O senadores têm até a semana que vem para decidir. Apesar de os dois partidos assegurarem fidelidade à presidente Dilma, é certo que estão em posição oposta com relação a um possível retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O líder Humberto Costa alega que a Saúde necessita de mais recursos. Já o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), defende que as chances de rejeição da proposta são maiores do que a de sua aprovação, o que – acredita – desaconselharia o governo a levar a ideia adiante.

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