No comando do único grupo tucano que permanece na campanha do governador licenciado Roberto Requião (PMDB), o governador em exercício, Hermas Brandão (PSDB), acha que o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), determinou quem serão seus adversários nas eleições municipais de 2008 ao decidir pelo apoio à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. ?Foi uma opção pessoal. Ele escalou os adversários para a reeleição dele?, resumiu Brandão.
Na campanha de Requião, setores do PMDB preparavam o troco. Hoje, está marcada a primeira reunião oficial entre as executivas estaduais do PMDB e do PT para discutir uma aliança local. O PT apoiaria Requião e o PMDB se alinharia à campanha à reeleição do presidente Lula. O acordo ainda não está fechado, mas emissários dos dois partidos se movimentaram bastante ontem à tarde para criar as condições de uma aliança neste segundo turno, contornando divergências que pontuaram a relação entre os dois partidos.
O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, convocou para hoje uma entrevista coletiva, em que deve anunciar que ele e mais um grupo de deputados estaduais e federais do PMDB estão deixando a campanha de Geraldo Alckmin. No primeiro turno, eles apoiaram o tucano, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o governador Roberto Requião preferiu a neutralidade.
Esforço
O governador em exercício ainda tentava ontem à tarde manter uma ponte entre as campanhas de Requião e do candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, apesar de Osmar já ter garantido ao tucano seu apoio oficial depois que atraiu Beto para seu palanque. Brandão pretendia convencer Alckmin a não se envolver na disputa ao governo do estado e também persuadir os deputados federais e estaduais do PMDB a manter o apoio ao candidato tucano na sucessão presidencial.
Brandão queria mandar a Alckmin um manifesto assinado por peemedebistas reafirmando o apoio ao tucano no segundo turno da eleição presidencial. Mas admitia as dificuldades da tarefa. E seja qual for a posição de Requião, Brandão garantiu que os deputados estaduais do PSDB e os prefeitos do partido que participaram da campanha do primeiro turno vão manter a posição.
Retirada
Já o vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, decidiu se retirar da campanha de Requião, da qual era um dos coordenadores no primeiro turno. Mas em nota divulgada, Ducci informou que não entra na campanha de Osmar Dias e que irá se preocupar exclusivamente com a campanha de Alckmin.
Ducci justificou que decidiu se afastar do palanque peemedebista em consideração à decisão de Beto Richa. Embora afirme na nota que mantém suas convicções pessoais na disputa, Ducci informou que sai da campanha de Requião para preservar o entrosamento administrativo na prefeitura.
Futuro
Para os peemedebistas, ao fazer a opção pela candidatura do senador Osmar Dias, o prefeito de Curitiba perdeu o apoio do partido no processo eleitoral de 2008. Na derradeira conversa que teve com o governador licenciado anteontem à tarde, Beto ouviu que poderia ter o apoio do PMDB à sua reeleição se mantivesse a neutralidade do primeiro turno. Mas o prefeito argumentou com os peemedebistas que, na condição de coordenador da campanha de Alckmin, o melhor seria formalizar seu apoio a Osmar.