Foto: Átila Alberti/O Estado |
Romanelli: arrependimento por não apoiar Gleisi antes. continua após a publicidade |
O segundo turno das eleições para governador definiu não apenas a reeleição apertada do governador Roberto Requião (PMDB), como também pavimentou o quadro de alianças para as eleições municipais de 2008. Esta pelo menos é a opinião do secretário-geral do PMDB do Paraná, Luis Cláudio Romanelli, para quem não existe caminho mais óbvio que o partido marchar unido com o PT na sucessão do prefeito Beto Richa (PSDB).
Para o secretário-geral do PMDB, o fato de praticamente metade dos eleitores da capital terem votado contra a posição do prefeito Beto Richa (PSDB), que apoiou Osmar Dias no segundo turno, é uma boa perspectiva para a oposição nas eleições municipais de 2008. Romanelli acha que a situação poderia ser diferente se Beto Richa não tivesse feito a opção de apoiar o adversário de Requião, senador Osmar Dias (PDT).
Já em clima de articulação, Romanelli diz que ?a eleição de 2008 está se avizinhando?. Usando o mesmo argumento de Osmar Dias, que vai ficar de olho na administração de Requião para cobrar promessas de campanha, Romanelli diz que o PMDB também vai pegar ?a lista de promessas? de Beto na campanha de 2004, para ?ver o que tem sido feito?.
Sobre o quadro eleitoral para 2008, Romanelli acha que o PMDB não pode dispensar o debate para o lançamento de uma candidatura própria. Mas, ainda assim, vai conversar com os aliados, principalmente o PT, para definir a estratégia. Ele reconheceu que as candidaturas próprias de PT e PMDB aumentariam as chances de segundo turno contra Beto Richa, no entanto a decisão será tomada quando a disputa se aproximar.
Segundo Romanelli, as candidaturas próprias dão força ao partido, mas é preciso ter muito pragmatismo na hora de decidir por duas candidaturas fortes de oposição, sinalizando que o PMDB pode engrossar uma candidatura do PT. ?Neste ano mesmo, se tivéssemos conversado antes com o PT, teríamos elegido a Gleisi (Hoffmann – PT) senadora e o Requião governador já no primeiro turno?, disse. ?Vamos entrar nessa eleição pra ganhar?, finalizou.
Militantes fazem festa na Boca Maldita
A festa que o PMDB programou ontem de manhã na Boca Maldita, em Curitiba, foi uma concentração tranqüila de centenas de militantes do partido, sem a presença do governador Roberto Requião, que está em descanso no nordeste, e do vice-governador Orlando Pessuti. No entanto, compareceram figuras expressivas do partido – como vários deputados eleitos – além de militantes do PT, que no segundo turno deu apoio para a reeleição de Rquião no Paraná.
O pretexto do encontro foi agradecer o eleitor do Paraná, especialmente o da capital, pela reeleição no domingo passado, num confronto dramático contra o senador Osmar Dias (PDT), que resultou numa diferença de pouco mais de 10 mil votos, a menor registrada nas eleições deste ano em todo o país.
Na festa, houve discurso e queima de fogos, além de shows com uma dupla sertaneja (William e Renan) e um grupo de samba. ?A Boca Maldita era o ponto de convergência da campanha, onde todos se encontravam diariamente para fazer a chamada geral da população em favor do governador Roberto Requião. Nesta festa, estamos lembrando isso e agradecendo a população que apoiou nosso candidato?, disse o presidente do PMDB em Curitiba, Doático Santos.
Para o secretário-geral do PMDB no Paraná, deputado estadual eleito Luiz Cláudio Romanelli, o agradecimento ao eleitor curitibano é um dever do partido, depois de o resultado na capital ter sido tão equilibrado (diferença de 0,06% em favor de Osmar Dias). ?Disputamos contra a liderança do prefeito, contra os dois deputados federais mais votados da cidade e a 32 vereadores, mas graças à nossa militância, que trabalhou no ?olho no olho? com o eleitor, conseguimos esse equilíbrio?, destacou.
Romanelli agradeceu o apoio do PT, mas destacou também os chamados ?tucanos do bico vermelho?, políticos do PSDB, como o governador em exercício Hermas Brandão, que acabaram apoiando Requião, mas disse ter sido desde o início contrário à aliança com o PSDB, que chegou a ser firmada ainda no primeiro turno, mas foi anulada pela Justiça Eleitoral. ?Sempre defendi uma aliança com o PT, que defende ideais mais parecidos com o nosso. Uma aliança com o PSDB iria contra nossa história, seria até falta de respeito com o eleitor?.
O secretário-geral afirmou que a aliança com o PT e o apoio do presidente Lula foram muito importantes para a reeleição de Requião, contrariando a declaração do governador em exercício, Hermas Brandão, de que o apoio de Lula poderia ter tirado votos do peemedebista.