PMDB pede para Requião nome do presidente da AL

Sem um consenso no horizonte, a bancada do PMDB deve consultar o governador Roberto Requião (PMDB) sobre a eleição para a Mesa Executiva, assim que ele voltar da França, no próximo dia 8. Um dos defensores da proposta é o deputado Nereu Moura. Pré-candidato à vaga pelo partido, na qual metade da bancada diz também estar interessada, Moura argumentou que é importante ouvir a posição de Requião antes de iniciar articulações com bancadas de outros partidos.

O descompasso interno do PMDB tem também uma razão externa. O deputado Nelson Justus (PFL) é apontado como o principal concorrente de um pré-candidato peemedebista. Como Justus, apesar da filiação partidária, é da base aliada, a candidatura causa algumas distensões internas. Principalmente depois que alguns deputados do PMDB deixaram claro que podem apoiar Justus, se a bancada não se definir por um candidato único de forma pacífica.

Moura afirmou que o PMDB precisa ?colocar a casa em ordem? para poder trabalhar em benefício do candidato do partido. Ele acredita que uma manifestação de Requião pode ser definitiva para a decisão do PMDB. ?Nós temos que levar em consideração alguns fatores externos. Entre eles, está o fato de saber se o governador tem alguma preferência. Se ele falar, acabou a eleição?, comentou.

O pré-candidato peemedebista citou que Requião teria uma influência decisiva no processo pela força que tem um governante no parlamento no início de um mandato. ?Nós gostaríamos que ele dissesse para nós, do PMDB, o que ele pensa sobre isso. Queremos ouvi-lo. Queremos conversar. Queremos colocar a casa em ordem. Porque se não tiver consenso dentro de casa, falar com os outros é como fazer furo na água?, comentou.

Moura acha que o partido tem o direito de lançar o candidato a presidente da Assembléia – fez a maior bancada para a próxima legislatura, com 17 deputados eleitos – mas admite que existe a possibilidade de encontrar uma solução para a mesa fora das suas fileiras. ?A primeira alternativa tem que ser um candidato do PMDB. Se não der, podemos avançar para fora do partido?, disse.

Freio

Na próxima terça-feira, 5, a bancada faz mais uma reunião para conversar sobre o assunto. Está longe de ser definitiva e, ao contrário de algumas semanas atrás, não há mais pressa em concluir o debate. A avaliação é que a discussão começou cedo demais e que o desgaste também será mais prolongado. ?Então, é melhor ir mais devagar com a definição?, disse o deputado, lembrando que, tradicionalmente, a eleição para a mesa se define na véspera da eleição, marcada para 1.º de fevereiro.

No PMDB, além de Moura, também postulam a candidatura a presidente o deputado Caíto Quintana, o deputado Antonio Anibelli, e ainda Dobrandino da Silva e Mauro Moraes. Ontem, o deputado de primeiro mandato Mohamed Al Hanze, conhecido como Mamede, que entrou na lista de eleitos beneficiado por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também anunciou que quer ser candidato a presidente.

A multiplicidade das candidaturas peemedebistas beneficia Justus. Ele é apontado como um nome de trânsito entre governistas e oposicionistas e, enquanto o PMDB se perde na disputa interna, o deputado pefelista vai, discretamente, trabalhando sua candidatura nos bastidores.

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