O líder do PMDB na Assembléia Legislativa, deputado Nereu Moura, defendeu ontem que o governador eleito, senador Roberto Requião (PMDB), antecipe a escolha do seu futuro secretário da Casa Civil. O nome cogitado, mas ainda não confirmado, é o do deputado estadual Caíto Quintana, que já ocupou o cargo no governo anterior de Requião.
Moura acha que o partido tem necessidade de um interlocutor político neste período de transição, que possa dividir tarefas com o vice-governador eleito e coordenador da equipe de transição, Orlando Pessuti (PMDB).
Requião já avisou que sua equipe completa somente será anunciada depois do dia 15 de dezembro. Mas para o líder da bancada peemedebista, o futuro governo precisa indicar desde já um representante que possa cuidar exclusivamente das articulações políticas, já que Pessuti estaria sobrecarregado no comando da equipe de transição. Moura disse que há uma demanda por soluções políticas, como as discussões para a composição do bloco de sustentação na Assembléia Legislativa, que necessita de uma interferência mais direta do governo eleito.
Quintana está desde a última segunda-feira, acompanhado com Requião. Esteve junto com o governador eleito em São Paulo, quando Requião se encontrou com o presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva, e seguiu para Brasília onde estava até ontem à tarde. Quintana é um dos interlocutores mais próximos do governador eleito.
Moura disse que tem feito o trabalho inicial de formação da base de apoio na Assembléia, mas que o processo exige um nome que tenha o respaldo da condição de futuro integrante da equipe de governo. “Acho que o Requião devia confirmar já o Caíto na Casa Civil. Como líder do governo agora, posso fazer esse trabalho, mas acho que seria mais eficiente se fosse feito por alguém que vai compor o governo”, justificou.
Riscos
A ansiedade de alguns setores do PMDB e de seus aliados pela indicação de um articulador político está associada não apenas à composição do bloco de sustentação, mas também à eleição para a Mesa da Assembléia Legislativa. Há uma preocupação no PMDB de que o partido corre o risco de perder espaço no comando da próxima Mesa Executiva. O PMDB deverá apoiar a reeleição do tucano Hermas Brandão para a presidência, mas pensa em reivindicar a 1ª secretaria na chapa.
Entretanto, o atual ocupante do cargo, Valdir Rossoni (PTB), já está em campo buscando apoios para permanecer na 1ª secretaria, na chapa de Brandão.