Os peemedebistas saíram da eleição de domingo passado com o maior número de prefeituras do Estado, mas preocupados com a sucessão estadual de 2010. O partido do governador Roberto Requião estará no controle de 138 prefeituras, totalizando 712,4 mil votos, em cidades médias e pequenas, mas continua com dificuldades nos grandes centros urbanos, como ocorreu nas eleições de 2006.
Há consenso entre as lideranças do PMDB que, para se contrapor ao crescimento do PSDB, que já saiu da eleição com um pré-candidato ao governo, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e seus 778,5 mil votos é necessário começar a pensar desde já na sucessão de Requião. O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, e o deputado estadual Alexandre Curi, disseram que o tema tem caráter de urgência.
“Nós precisamos construir uma candidatura. Não adianta fugir da realidade. Nomes existem e as coligações podem ser feitas. Mas nós temos que começar a construir o consenso desde já”, disse Pugliesi.
Ele cita que o partido tem hoje a opção de candidatura ao governo do vice-governador Orlando Pessuti, mas que há outros nomes, como o do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
Por enquanto, nenhum dos nomes tem maioria dentro do partido. Stephanes tem origem no antigo PFL e Pessuti não foi bem nas eleições municipais. Alguns dos candidatos que apoiou, é o caso de sua irmã, Neusa, em Jardim Alegre, fracassaram nas urnas.
Para Pugliesi, o desempenho sofrível em Curitiba, onde Carlos Augusto Moreira Junior fez 1,9 % dos votos, e as dificuldades encontradas em cidades de grande porte, não traçam o destino do partido para 2010. “A votação do Beto Richa o coloca na pole position, mas não é porque se perde uma eleição municipal que já se perdeu a próxima”, disse.
O vice-presidente do PMDB e líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, disse que Beto teve uma votação que definiu como “consagradora”, mas que o vencedor das eleições no Estado foi o senador Osmar Dias (PDT), já que seu partido foi vitorioso nas principais cidades do Estado, como Foz do Iguaçu, Cascavel, Paranaguá, Umuarama e Pato Branco.
“O Osmar saiu fortalecido desse processo. E se o Hauly (deputado Luiz Carlos Hauly) ganhar a eleição em segundo turno em Londrina, a força será ainda maior”, afirmou.
A análise de Romanelli contempla a visão de alguns setores do PMDB que projetam dificuldades para a oposição se manter unida em 2010. É o que pensa também Pugliesi. “Vai ser uma briga de foice no campo da oposição. Quem é que vai ser o candidato: O Osmar, o Alvaro Dias ou o Beto?”, perguntou.
