Foto: Agência Brasil |
Michel Temer: "Não deve pleitear absolutamente nada". |
O sepultamento da candidatura presidencial do PMDB eliminou os "embaraços políticos" para que a legenda assumisse cargos no governo federal. A avaliação é do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que ressalva, entretanto, não participar neste momento da indicação de integrantes do partido para ocuparem cargos na administração federal.
"Pode ser que setores do PMDB discutam com integrantes do governo a indicação de postos, mas essa não é uma negociação institucional e nem do partido", declarou Temer. "O PMDB não terá candidato próprio, uma posição contrária a que eu defendia. Com isso, não há embaraços políticos para o partido participar do governo e, se for chamado, ouvirá as propostas, mas não deve pleitear absolutamente nada", acrescentou.
O noticiário de ontem dava conta que, para ingressar no governo e apoiar a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido teria exigido o comando do Ministério da Saúde, a presidência da Eletrobrás, cargos na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), todas as diretorias da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e pelo menos uma diretoria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Temer negou ter participado da definição do pleito e prefere referendar as palavras do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, sobre a eventual participação peemedebista no governo Lula.
"Sempre fui favorável ao que o ministro Tarso Genro diz, que deveríamos formalizar coalizões governamentais e não a entrega pura e simples de cargos", explicou. "Entendemos que o PMDB, se participar do governo, deve assumir responsabilidades por determinados setores e não apenas deixar todas as obrigações nas mãos do presidente."
Michel Temer também comentou a saída do partido do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, que foi pré-candidato do partido à presidência da República e depois estimulou a candidatura do senador Pedro Simon. Temer disse que o Garotinho não havia feito até ontem nenhuma menção oficial de deixar a legenda. "Conversei com o governador Garotinho e ele me disse que não sai do PMDB e que quer fazer carreira no partido", declarou Temer.
No meio político, comenta-se que o ex-governador fluminense estaria de malas prontas para o PSC. O presidente do PMDB descarta essa hipótese, pelo menos por enquanto, com base nas conversas mantidas com Garotinho. "Se ele puder permanecer no PMDB, um tanto melhor. Precisamos somar dentro do partido", observou.
Temer lembrou que, ao ingressar no PMDB, Garotinho trouxe ao partido um grande grupo de vereadores, prefeitos e deputados estaduais e federais do Rio para a legenda. "Garotinho tem muita força no Rio e pode contribuir com o partido", opinou.