Em visita ao interior, Paulo Pimentel falou a
integrantes do Rotaract Clube de Rondon.

Os próximos quatro dias vão ser de muita conversa para o PMDB do Paraná. Depois que o senador Roberto Requião confirmou que é mesmo o candidato do partido ao governo do Estado, as atenções estão todas voltadas para os bastidores políticos. Nas próximas horas, além de ser escolhido o candidato a vice, ainda pode ser selado um acordo com o PSDB. “Definitivamente, sou candidato ao governo”, afirmou Requião no domingo, em Londrina, diante de aproximadamente 1,5 mil peemedebistas.

Requião estava acompanhado do ex-governador Paulo Pimentel, pré-candidato do partido ao Senado. Para Pimentel, o senador finalmente aceitou o desafio proposto pelos paranaenses. “Ele tem a chance de provar que, além de um grande parlamentar, também pode voltar a ser um grande governador”. Requião disse que a eleição para o Senado seria tranqüila, mas que o maior compromisso dele “é com o partido e com o povo do Paraná”. O senador destacou ainda que está conseguindo montar um esquema para resolver um dos principais problemas da campanha: a falta de recursos.

Convenção

Como a convenção estadual do PMDB está marcada para o próximo sábado, a rapidez nas conversas vai ser decisiva para costurar um possível acordo com os tucanos. O PSDB indicaria um nome ao Senado e ainda o candidato a vice. Entre os mais cotados para formar a chapa com Requião estão o empresário de Maringá, Sílvio Name, e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão. O deputado está coordenando as conversas para viabilizar a parceria depois que Requião deixou claro que “o partido está aberto a coligações”.

O entendimento com o PPB, presidido aqui no Estado pelo deputado federal José Janene, também não está descartado. Mas se o PMDB ficar sozinho na disputa, o(a) vice vai sair do próprio partido. A visita a Londrina, aliás, proporcionou uma cena curiosa. Três dos nomes mais cotados ficaram frente-a-frente: a ex-deputada estadual, Irondi Pugliesi, a vereadora Elza Corrêa, e o ex-prefeito Luiz Eduardo Cheida. Eles já travam uma “guerra silenciosa” nos bastidores para conseguir a indicação.

Irondi é esposa do deputado estadual Waldir Pugliesi, tem larga experiência na condução do movimento das mulheres do Paraná e conta com seu apoio. Elza é de Londrina e pretende ser deputada estadual. Ela ficou conhecida como uma das líderes do Movimento pela Moralidade, que levou a cassação do prefeito Antônio Belinati. Cheida também é de Londrina, região onde o PMDB tem um dos piores desempenhos na preferência do eleitorado. A princípio, vai disputar uma vaga na Câmara Federal. Os três são unânimes em dizer que a escolha cabe ao partido.

Visitas

A visita a Londrina fechou o roteiro de viagens do senador e do ex-governador no fim de semana. Em apenas três dias, passaram por oito cidades. Em Pato Branco, participaram de entrevistas a rádios e jornais e ainda se reuniram com peemedebistas da região. O mesmo esquema foi repetido em Coronel Vivida, Chopinzinho e São João. Em Londrina, Requião e Pimentel fizeram uma caminhada na feira que acontece todos os domingos na região dos Cinco conjuntos. Depois foram até Tamarana para uma reunião com integrantes do partido.

O senador e o ex-governador também estiveram em Foz do Iguaçu, onde fizeram o lançamento das pré-candidaturas num encontro com militantes no diretório do partido. A festa foi organizada pelo prefeito Sâmis da Silva e pelo pai dele, o ex-prefeito Dobrandino da Silva, que vai disputar uma vaga na Assembléia Legislativa. Requião e Pimentel ainda foram a Rondon fazer uma palestra para jovens integrantes do Rotaract Clube.

Em seus pronunciamentos, Requião vem detalhando as propostas de governo. Ele também está fazendo um desafio aos outros concorrentes ao Palácio Iguaçu. Quer que eles tornem públicas as posições em relação ao pedágio. “Quem paga para usar as rodovias tem o direito de saber o que os candidatos pensam”. Requião disse que vai chamar as concessionárias que exploram as estradas pedagiadas e comunicar que passarão a receber apenas pelos serviços prestados. “Quem não concordar com isso vai ter o contrato suspenso. Não há direito adquirido contra o interesse público”, esclareceu.

PSL deixa livres os seus diretórios

Fabiane Prohmann

com AE

A convenção do Partido Social Liberal (PSL), realizada ontem em Curitiba, decidiu que o partido não deverá formalizar nenhuma coligação nacional, permitindo que os diretórios regionais possam ficar livres para apoiar quem quiserem nos Estados. No Paraná o PSL não irá lançar candidato ao governo, e irá apoiar a candidatura de Beto Richa (PSDB) ao Palácio Iguaçu. Cerca de quinhentas pessoas estiveram presentes, entre lideranças nacionais e estaduais.

“A executiva nacional, que tem como presidente o deputado federal Luciano Caldas Bivar, deliberou que os Estados poderão se coligar com quem quiser. Aqui no Paraná nós teremos até o dia 30 para deliberar quem serão os candidatos a deputado estadual e federal”, explicou o deputado estadual Geraldo Cartário, presidente estadual do PSL. Até agora são doze os pré-candidatos estaduais e oito federais. O partido tem, atualmente, três representantes na Assembléia Legislativa – Luiz Carlos Martins, líder da bancada, Antônio Belinati, além de Cartário. Os três são candidatos à reeleição. Beto Richa esteve presente na convenção, e discursou colocando o partido como parte da aliança que uniu até agora os tucanos ao PFL.

Segundo o presidente nacional do partido, Luciano Caldas Bivar, a decisão de não lançar candidato à presidência foi tomada em razão da verticalização, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Isso não é bom, não é saudável. No entanto, no atual processo eleitoral, em que a distribuição de tempo é injusta, não tem como participar de outra forma”, lamentou. Diante da decisão, Bivar disse estar analisando quais candidatos defendem uma plena reforma política e um possível imposto único, duas das bandeiras de luta colocadas pelo PSL, para receber seu apoio.

continua após a publicidade

continua após a publicidade