Para que a pré-candidatura do ex-governador Roberto Requião à presidência da República pelo PMDB seja apresentada na convenção do próximo dia 12, ele terá que abdicar da disputa ao Senado no Paraná.
Esta é a condição, por enquanto apresentada na forma de sugestão pela direção nacional, para aceitar a inscrição de Requião, apresentada quarta-feira passada pelo senador gaúcho Pedro Simon.
Em mensagem gravada exibida no seu twitter, o ex-governador do Paraná disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre esta exigência. “Não acredito que o PMDB, presidido pelo meu amigo, Michel Temer, tenha a intenção de manter este veto bárbaro e esta posição absurda” afirmou o ex-governador.
No vídeo, identificado no twitter como “Recado à Executiva Nacional”, Requião afirmou que não existe a menor chance de recuar do projeto de disputa de uma das duas vagas ao Senado pelo Paraná.
“Dizem, na imprensa, que só posso participar da convenção, se abrir mão da candidatura. Não abro mão de nada. Sou candidato e se o diretório nacional não der esta oportunidade, não vou sair da política”, disse o ex-governador, acrescentando que é pré-candidato ao Senado.
Agência Câmara |
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Temer: uma coisa ou outra. |
No vídeo, Requião lembrou que sua indicação como pré-candidato do partido à presidência da República teve o apoio de quinze diretórios estaduais, cujos representantes se reuniram em Curitiba, no início do ano.
O ex-governador disse que a apresentação da candidatura é a única forma de levar o PMDB a discutir um programa de governo para o País. “Quero ir à convenção para verificar se existe a possibilidade de disputar com uma candidatura própria à presidência. Estou habilitado para isso”, afirmou.
Revés
Integrante da executiva nacional, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures afirmou que a exigência não tem acolhida no estatuto do partido. Porém, apesar de não haver impedimento para que o ex-governador dispute a convenção nacional e, na sequência, apresente sua candidatura ao Senado na convenção estadual, Rocha Loures ressalta que seria uma maneira de o ex-governador do Paraná ter acolhida política na proposta.
“Seria um gesto de desapego que representaria um compromisso com esse projeto. Para que ele tivesse acolhimento na convenção nacional, era importante que a pré-candidatura a presidente fosse uma postulação absoluta”, afirmou.
Agência Senado |
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Simon: e o nosso candidato? |
De acordo com o representante do Paraná na executiva nacional, a direção nacional foi surpreendida pela inscrição da pré-candidatura de Requião, quando todo o partido em todos os estados, incluindo o Paraná, está fazendo um movimento de construção de aliança nacional entre PMDB e PT em torno da candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República.
“Eu sei que ele faz isso como um ato de afirmação do PMDB, o que é bom. Eu sei que não é para ajudar o Serra ou atrapalhar a Dilma. Mas é que isso desorganiza o trabalho que estamos fazendo na perspectiva da aliança com o PT”, comentou Rocha Loures.
O argumento de Requião sobre a necessidade de uma pré-candidatura presidencial para obrigar o partido a for,mular um programa de governo é minimizado por Rocha Loures.
“Nosso acordo com o PT está sendo construído em cima de um programa de governo”, disse Rocha Loures, garantindo que a proposta foi enviada a todos os deputados federais e que será votada na convenção do dia 12.