Peemedebistas da Câmara dos Deputados minimizaram nesta quinta-feira, 21, o anúncio do corte orçamentário de R$ 44 bilhões, o que acabou reduzindo a R$ 6,510 bilhões as emendas parlamentares individuais. Líderes do PMDB, que vivem um conflito aberto com o Palácio do Planalto, destacaram que os cortes atingiriam as emendas de bancada e não são expressivos o suficiente para piorar a desgastada relação com o governo Dilma Rousseff.

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“Para os deputados, mais importante são as individuais. Elas foram preservadas e são agora impositivas”, comentou o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O peemedebista adotou um discurso ameno ao falar do contingenciamento das emendas e disse que a conjuntura do País tem de ser considerada, mesmo que a retenção dos recursos atrapalhe a entrega de obras nas bases eleitorais. O líder do PMDB na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ), prevê que os cortes devem causar “chiadeiras” entre os parlamentares, mas ponderou que o governo promoveu o contingenciamento de forma linear e agiu corretamente na escolha dos setores a serem atingidos. “O governo fez o que diz a lei”, afirmou.

Já o líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), não tem dúvidas de que o corte aumentará a insatisfação dos deputados com o governo. “Contingenciar essas emendas é jogar gasolina em incêndio. O governo já está com um problema sério na Câmara e no Senado”, comentou. Garotinho criticou a falta de aviso prévio do governo aos parlamentares. “Acho que faltou ao governo diálogo. Não se pode comunicar uma decisão dessa pelos jornais”, disse.

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), também reconheceu que o contingenciamento traz desgastes em ano eleitoral. “Eu sei que é muito difícil porque muitas vezes o deputado já anunciou na sua comunidade. Mas é um corte coerente com todos os segmentos”, avaliou.

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Parlamentares têm reclamado nas últimas semanas da piora da relação com o Planalto. Se por um lado o PMDB anda muito insatisfeito com os rumos da reforma ministerial, os deputados estão inconformados com o represamento de R$ 447 milhões em emendas parlamentares de 2013, as quais haviam sido acordadas com o governo, mas que ficaram sem empenho e não foram inscritas em restos a pagar. Até a bancada petista se rebelou com o Executivo. “A relação do governo com a Câmara para ser considerada ruim tem que melhorar muito”, ironizou Cunha.

Bloco.

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O discurso moderado dos peemedebistas sobre o corte orçamentário contrasta com a movimentação nos bastidores contra o Palácio do Planalto. Os deputados da base aliada articulam a formação de um bloco informal para isolar o PT e aumentar o poder de pressão sobre o governo. PMDB, PP, PSD, PR, PDT, PTB, PSC e PROS, além do oposicionista SDD, querem debater propostas em tramitação na Casa e conduzir votações de forma independente das vontades do governo. O bloco “rebelde” deve montar sua estratégia de atuação na próxima terça-feira, 25. “Esse grupo informal é para fortalecer os partidos da Câmara”, desconversou Alves.

O PMDB vai defender no bloco que sejam votadas todas as matérias que trancam a pauta da Câmara mesmo sem consenso, entre elas o Marco Civil da Internet. A ideia é colocar para votar em plenário e “derrubar” os cinco projetos, de forma a obrigar o governo a reapresentá-los. “É a posição do PMDB, vamos ver se o bloco pensa igual”, disse Cunha.