A provável reedição da aliança entre o PT e o PSDB em torno da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), levou a bancada estadual do PMDB a encerrar hoje (25) a parceria que matinha com petistas na Assembleia Legislativa de Minas. Esse foi o principal motivo alegado pelos peemedebistas, que assumiram também o peso da interferência do governo estadual tucano na dissolução do bloco de oposição no Legislativo.

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Segundo o ex-líder da minoria e agora líder do PMDB na Assembleia, deputado estadual Antônio Júlio, a forma como os petistas tratam os aliados em relação ao pleito de 2012 é “constrangedora”. “O pessoal do PT, quando vai conversar sobre as eleições em Belo Horizonte, que é o balizamento das eleições no Estado, jamais cita o PMDB como parceiro, como aliado. E isso causa desconforto para todos nós. Traz um constrangimento para essa unidade do bloco”, afirmou.

Apesar de afirmarem que ainda não há definição, lideranças do PT, PSDB e PSB já admitem a reedição da aliança feita em 2008. Na ocasião, o senador e então governador Aécio Neves (PSDB-MG) e o atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ex-prefeito da capital, Fernando Pimentel (PT), ficaram lado a lado na campanha de Lacerda. Segundo Antônio Júlio, “o jogo da prefeitura já está jogado”, mas os peemedebistas avaliam que faltou “carinho” com a legenda, deixada de lado nos planos eleitorais petistas.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Luiz Dulci chegaram a se reunir com os deputados do PMDB na semana passada e pediram que o grupo mantivesse as conversas, mas o apelo não adiantou. “Quando nós fizemos bloco, nenhum deles foi ouvido. Então, a decisão agora também é nossa”, ressaltou o parlamentar, referindo-se também à direção do PMDB.

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Antônio Júlio também confirmou que o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro (PSDB), procurou os peemedebistas para forçar o fim do bloco. Segundo o deputado, os telefonemas e promessas do Executivo “não deixam de ter uma certa influência”, mas garantiu que esse não foi o “problema maior”.

Em nota, os oito deputados da legenda fizeram vários elogios ao líder do extinto bloco, deputado estadual Rogério Correia (PT), mas declararam que “as permanentes dificuldades de convivência entre os dois partidos da base” da presidente Dilma Rousseff, assim como a “dificuldade da bancada do PMDB de convívio com a direção estadual do PT” levaram à decisão anunciada hoje.

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